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ETFs podem aumentar risco de concentração na Ethereum, alerta S&P

Mercado espera que fundos de preço à vista da criptomoeda sejam aprovados nos próximos meses, mas relatório alerta para possíveis efeitos negativos

ETF de ether é aguardado por investidores nos Estados Unidos (Reprodução/Reprodução)

ETF de ether é aguardado por investidores nos Estados Unidos (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 22 de fevereiro de 2024 às 15h20.

A S&P Global Ratings divulgou um relatório nesta quinta-feira, 22, em que compartilha sua preocupação com os possíveis efeitos do lançamento de ETFs de ether nos Estados Unidos. Na visão de analistas da empresa, é possível que os produtos aumentem a concentração de poder na Ethereum.

Em relatório, a S&P avalia que o risco envolve os planos de algumas gestoras de realizar o chamado staking com os ethers que seriam adquiridos pelos ETFs. O staking envolve o depósito de uma determinada quantia de criptomoedas em um blockchain, com o recebimento de um retorno mensal.

O staking faz parte do mecanismo de consenso da Ethereum, o proof-of-stake (ou prova de participação, em tradução). Nele, é preciso realizar o depósito de ether para poder atuar como um validador de transações, recebendo uma recompensa em troca das validações realizadas.

"Os ETFs de preço à vista de ether nos Estados Unidos que incorporarem o staking poderão se tornar grandes o suficiente para alterar as concentrações de validadores na rede Ethereum, para melhor ou para pior", explicam os analistas da S&P.

"É, portanto, fundamental compreender como as escolhas das gestoras de ETF poderão aumentar os riscos de concentração [no blockchain]", argumenta. A concentração de poder em poucos validadores tem sido uma das maiores preocupações em torno da Ethereum desde a adoção do staking.

Na prática, a quantia de criptomoedas depositada na rede permite que determinados validadores consigam verificar mais transações que validadores que depositaram quantias menores. A preocupação é que os validadores mais influentes poderiam escolher quais movimentações validar ou não, mas isso ainda não tem sido registrado.

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"A centralização por qualquer entidade ou protocolo cria riscos para a rede Ethereum, uma vez que um número concentrado de fornecedores de liquidez ou operadores de nós poderia agir como um ponto único de falha ou tornar-se alvo de ataques ou conspirar para criar um oligopólio que promoveria os seus próprios interesses em detrimento dos interesses da comunidade, censurando certas transações ou antecipando as transações dos usuários finais", alerta o relatório.

A S&P explica que, atualmente, o protocolo Lido e a corretora de criptomoedas Coinbase são os maiores validadores da Ethereum. Porém, os ETFs de ether não deverão escolher usar protocolos descentralizados de staking, mas sim custodiantes institucionais. A expectativa é que os pedidos de ETFs sejam aprovados pela SEC ainda neste ano.

Nesse sentido, o grau de diversificação no uso dos custodiantes é que o poderá determinar o nível de concentração no blockchain. O relatório ressalta ainda que a Coinbase já opera como custodiante de oito dos 11 ETFs de bitcoin aprovados em janeiro.

No caso dos ETFs de ether, ela é citada como custodiante por três dos quatro pedidos feitos por grandes gestoras, levantando um risco de concentração. "O surgimento de novos custodiantes de ativos digitais pode permitir que os emissores de ETF distribuam suas participações por diferentes entidades e mitiguem esse risco", ponderam os analistas.

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