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Depósitos de criptomoedas na Ethereum caem antes de atualização Shanghai

Pressão regulatória nos Estados Unidos é citada como fator que afetou negativamente opção de staking no blockchain

Ethereum vai passar pela atualização Shanghai em 12 de abril (Reprodução/Reprodução)

Ethereum vai passar pela atualização Shanghai em 12 de abril (Reprodução/Reprodução)

Cointelegraph
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Agência de notícias

Publicado em 10 de abril de 2023 às 11h30.

Última atualização em 13 de abril de 2023 às 10h20.

Os depósitos de ether na Ethereum, uma operação conhecida como staking, tiveram uma leve queda nas últimas semanas, de acordo com dados da empresa de análise de mercado Glassnode. Para a plataforma, o recuo está ligado à combinação do aumento da pressão regulatória nos Estados Unidos e à atualização Shanghai, a maior da rede desde o "The Merge" e que está agendada para ocorrer na próxima quarta-feira, 12.

Para a Glassnode, os dados revelam que os depósitos estão em baixa atualmente, “devido à pressão regulatória e à atualização Shanghai". Os reguladores financeiros nos Estados Unidos têm criticado duramente as criptomoedas nos primeiros meses de 2023, e a Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) reforçou a visão de que o ether seria um valor mobiliário.

A principal justificativa para a classificação, segundo o órgão, seria o serviço de staking da criptomoeda na Ethereum. Por isso, a SEC vem reprimindo os serviços de staking oferecidos por corretoras de criptomoedas, apesar de não haver legislação oficial do Congresso classificando o ether como valor mobiliário e outros reguladores discordarem dessa visão.

Em meio à pressão regulatória, a Ethereum passará por uma aguardada atualização em 12 de abril, a Shanghai. Como principal novidade, ela vai permitir o saque dos ethers que estão atualmente bloqueados em staking no blockchain como parte do seu mecanismo de consenso.

A Glassnode também observou que as principais corretoras centralizadas de criptomoedas que aderiram ao staking, como Coinbase, Binance e Kraken, perderam muito espaço no mercado para plataformas descentralizadas de staking, com destaque para a Lido. A Lido é composta por diversos validadores individuais do blockchain que se uniram para ter mais poder dentro da rede.

“À medida que a poeira baixou entre as três gigantes, foi a Lido quem saiu vitoriosa, continuando a dominar os fluxos de depósitos até o momento”, observou a empresa. Atualmente, a Lido responde por quase um terço do valor total de ether em staking. Isso equivale a cerca de US$ 11 bilhões, ou 5,9 milhões de ethers a preços atuais do mercado.

As exchanges centralizadas, como a Coinbase, cobram uma pesada comissão de 25% sobre as recompensas de staking. As comissões da Coinbase são ainda maiores para outros ativos que também possuem mecanismos de depósitos semelhantes ao da Ethereum, como os da Cardano e Solana.

Por outro lado, a Lido recebe uma comissão de 10% e oferece um recurso adicional que permite que os usuários obtenham rendimentos adicionais em plataformas descentralizadas por meio de seu token próprio, o Lido Staked ETH (stETH). A Glassnode associa esses diferenciais ao seu crescimento ao longo do tempo, à medida que investidores experientes optaram por fazer staking em plataformas mais lucrativas.

Shanghai e saques na Ethereum

Os analistas esperam que as plataformas de staking como a Lido receberão um impulso adicional quando os ethers depositados forem liberados para saques após a Shanghai.  De acordo com a plataforma Ultrasound.Money, existem atualmente 18,1 milhões de ethers em staking, equivalentes a cerca de US$ 33,7 bilhões e representando 15% de todo o suprimento da criptomoeda.

Após a atualização Shanghai, o ether bloqueado em staking será liberado lentamente para retirada nas semanas e meses seguintes. Isso vai criar uma fila de saques, que tem o objetivo de tornar o processo mais organizado e evitar fortes fluxos de retirada que poderiam derrubar o preço da criptomoeda devido ao aumento repentino da sua oferta no mercado.

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