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Depois de bater US$ 30 mil, bitcoin vai subir mais? Veja a opinião de analistas

Maior criptomoeda do mercado foi beneficiada em junho pelos anúncios de grandes empresas do mercado envolvendo projetos no setor

Bitcoin valorizou mais de 80% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin valorizou mais de 80% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 28 de junho de 2023 às 16h10.

Última atualização em 28 de junho de 2023 às 16h20.

Depois de semanas com uma forte lateralização, o bitcoin teve na última semana um movimento de valorização de cerca de 15%, não apenas superando a marca dos US$ 30 mil como também chegando ao maior valor já registrado para seu preço em 2023. Apesar de uma leve correção em sua cotação nesta semana, o ativo ainda caminha para encerrar junho com ganhos ⏤ o que parecia improvável há poucos dias ⏤ e ainda acumula alta de mais de 80% no ano.

Mas esse movimento vai continuar? Para especialistas entrevistados pela EXAME, é preciso ter algumas variáveis no radar cujos desdobramentos vão determinar os próximos movimentos da maior criptomoeda do mercado. Essas variáveis envolvem tanto aspectos macroeconômicos, que acabam influenciando o mercado financeiro como um todo, quanto aspectos específicos do mercado cripto.

Nesse sentido, é importante lembrar porque o bitcoin está subindo em 2023. A maior parte dessa alta está ligada à mudança de perspectivas sobre o ciclo de alta de juros dos Estados Unidos, interrompido em junho. No começo do ano, o mercado passou a projetar um ciclo mais suave, com os juros subindo menos, o que beneficiou diferentes classes de ativos.

O ativo também foi beneficiado pela falência de bancos regionais nos EUA, que não apenas reforçaram as previsões de um ciclo de juros mais leve no país como deram peso à tese de que a criptomoeda seria uma reserva de valor e alternativa segura para o mercado tradicional.

Já nas últimas semanas, o bitcoin conseguiu superar um período de lateralização e superou a casa dos US$ 30 mil. O movimento ocorreu devido ao otimismo dos investidores após diversos agentes importantes do mercado como a BlackRock anunciarem projetos envolvendo o bitcoin. A gestora, que tem mais de US$ 9 trilhões sob gestão, solicitou aos reguladores dos EUA uma autorização para lançar um fundo negociado em bolsa (ETF, na sigla em inglês) que pode se tornar o primeiro do tipo no país, animando o mercado.

Preço do bitcoin vai subir?

Para Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset, "as perspectivas para o bitcoin são bem otimistas, impulsionadas pelo crescente interesse institucional no ativo e pela decisão da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) de não classificar o bitcoin como um valor mobiliário". Com isso, o ativo se deslocou dos temores envolvendo outras criptomoedas que entraram nessa classificação.

Ferreira avalia que o bitcoin "entrou em um novo processo de consolidação" que deve envolver oscilações entre os US$ 30 mil e US$ 31 mil. "Um rompimento desta faixa pode potencialmente impulsionar o preço para a região de US$ 33 mil e, posteriormente, até US$ 36 mil", comenta o analista. Ele explica que diversos acontecimentos podem levar a esse cenário, incluindo uma melhora do cenário macroeconômico global ou a aprovação do ETF solicitado pela BlackRock.

"No entanto, não há garantias de que haverá essa aprovação e, caso ela não aconteça, pode ocorrer uma frustração no mercado e desencadear uma correção. Uma piora do cenário macro também tende a influenciar a cotação do bitcoin, que, em caso de queda, pode visitar regiões de preço entre os US$ 28 mil e US$ 27 mil", pondera Ferreira.

Ao mesmo tempo, ele afirma que a principal força de preço da criptomoeda "tem vindo da sua contínua conquista de legitimação como um ativo relevante perante o mercado financeiro tradicional. Os acontecimentos recentes sugerem que ele está progressivamente ganhando esse reconhecimento e aceitação e isso pode trazer cada vez mais liquidez e valorização de preço em um prazo maior".

Já Fernando Pereira, gerente de conteúdo na Bitget, destaca que o mercado não parece estar preocupado com as sinalizações feitas pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre novas elevações na taxa de juro dos Estados Unidos até o fim do ano. "Enquanto a Nasdaq segue em forte tendência de alta, as criptomoedas parecem ter feito um novo fundo depois do movimento feito pela SEC no início do mês. É possível que essa demanda resulte em um bitcoin subindo até 8% nos próximos dias", comenta.

As perspectivas para o próximo mês também são positivas. Um estudo da empresa Matrixport mostrou que os investidores já se preparam para valorizações da criptomoeda em julho, já que o mês registra, historicamente, um desempenho positivo. O levantamento mostra um ganho médio de 11% e, considerando apenas os últimos três anos, as altas foram de, respectivamente, 27%, 20% e 24%.

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