Repórter do Future of Money
Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 14h01.
Changpeng Zhao, fundador e ex-CEO da corretora de criptomoedas Binance, voltou a defender o potencial do bitcoin não apenas como reserva de valor, mas também como um novo tipo de dinheiro. O bilionário também falou sobre a possível adoção do ativo como reserva de países.
Zhao participou da Bitcoin Middle East North Africa Conference em Dubai, intensificando suas aparições públicas desde que deixou a prisão nos Estados Unidos. Ele cumpriu uma pena de quatro meses após ser condenado e se declarar culpado de acusações contra ele e a corretora.
Na visão do bilionário, "nós não deveríamos estar chamado o bitcoin de bitcoin. Ele é apenas dinheiro". Ele defendeu que os casos de uso do ativo deverão crescer nos próximos anos, baseados no seu potencial atual de ser tanto uma reserva de valor como o ouro quanto uma forma digital de dinheiro.
Apesar de não ter compartilhado previsões específicas sobre o futuro do preço da criptomoeda, ele afirmou que o valor do ativo cresceria de forma "matemática" caso ele fosse adotado por países como um ativo de reserva, indicando um grande potencial de valorização.
O ex-CEO da Binance pontuou que, atualmente, entre 5% e 10% dos consumidores já investe bitcoin, criando uma tendência de que "ele rapidamente vai se tornar o ativo mais investidor em todo o mundo". Para isso, porém, ele ainda precisará superar a barreira de 20% de investidores até chegar em uma "adoção em massa".
Mesmo assim, Zhao disse que está confiante de que todos os consumidores ao redor do mundo terão o bitcoin em algum dia, mas destacou que isso pode demorar "algumas gerações". Nesse cenário, a capitalização do ativo seria "muito maior" que a do ouro.
Ele foi perguntado, ainda, sobre a proposta em discussão nos Estados Unidos para que o país crie uma "reserva estratégica de bitcoin", semelhante às reservas de ouro que a maior economia do mundo possui atualmente. Zhao compartilhou uma visão positiva sobre o tema.
"Seria algo muito inteligente para os Estados Unidos fazerem, e também é algo que teria um efeito dominó em outros países ao redor do mundo. Se os Estados Unidos fizerem isso, então todos os outros países também terão que fazer isso", avaliou o fundador da Binance.
Zhao afirma que a estratégia é "fantástica" e que seria "inevitável" que Hong Kong seguisse no mesmo caminho. Na visão do executivo, a região virou um mercado de "testes" da China envolvendo uma possível adoção futura de ativos digitais.
A tendência, avalia o bilionário, é que a China acabe acumulando mais reservas de bitcoin "discretamente", ao invés de fazer anúncios públicos sobre a ação. Atualmente, porém, o país segue com uma postura dura e de proibição de investimentos na criptomoeda.