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Após chegar nos US$ 100 mil, preço do bitcoin vai continuar subindo? Especialistas respondem

Criptomoeda atingiu um novo preço recorde e quebrou uma barreira importante, e especialistas ainda veem potencial para novas altas

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 5 de dezembro de 2024 às 16h04.

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O bitcoin vai continuar subindo? Essa é a pergunta que pode estar passando pela cabeça de milhares de investidores - tanto os que já investem quanto os interessados no ativo - após a criptomoeda ultrapassar os US$ 100 mil pela primeira vez e estabelecer um novo recorde de preço. E a euforia do mercado nesta quinta-feira, 5, pode indicar para qual resposta analistas e investidores estão pendendo.

No ano, a criptomoeda acumula uma alta de mais de 145%. Apenas entre a última quarta-feira, 4, e esta quinta-feira, o ativo registra uma valorização de 5%, cotado em US$ 101.213 e com uma capitalização de mercado de mais de US$ 2 trilhões pela primeira vez.

Mas, apesar desse bom desempenho chamar a atenção, a alta do ativo vai continuar? Confira o que especialistas no mercado cripto tem a dizer sobre o tema e sobre quais fatores deverão influenciar a criptomoeda nos próximos meses.

O futuro do preço do bitcoin

Fernando Pereira, analista da Bitget, comenta que os analistas do mercado tem como foco dois próximos grandes níveis de resistência de preço para o bitcoin: os alvos de US$ 150 mil e de US$ 200 mil. Ao longo de 2025, esses deverão ser os próximos marcos que a criptomoeda poderá superar, mas não sem dificuldades.

"A reação do mercado sugere que ainda pode haver espaço para crescimento", afirma. Ao mesmo tempo, ele lembra que o bom desempenho da criptomoeda resulta em um aumento da dominância do ativo no mercado cripto, o que pode "temporariamente desviar investimentos das altcoins", as criptomoedas alternativas ao bitcoin.

"No entanto, a história mostra que, uma vez que o bitcoin se estabiliza, as altcoins frequentemente experimentam um ressurgimento. Investidores costumam entrar no bitcoin em novos picos, antecipando um impulso contínuo de alta, o que pode impulsionar ainda mais seu preço a curto prazo", diz.

Para 2025, Pereira diz que as projeções de longo prazo apontam que o ativo "estabelecerá novos recordes históricos antes que as altcoins recuperem a atenção e o interesse dos investidores. Apesar desses cenários otimistas, a volatilidade inerente ao mercado cripto não pode ser ignorada. Os investidores devem permanecer vigilantes e preparados para possíveis correções".

Já Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio, afirma que "assim como no início de 2023 considerei mais provável que o bitcoin chegasse a US$ 100 mil no ano seguinte, hoje vejo um cenário em que podemos facilmente discutir um valor alto, entre US$ 100 mil e US$ 200 mil até 2025".

O executivo explica que a projeção leva em conta a tendência de maturação do setor de criptomoedas e a visão compartilhada pela maioria dos investidores e analistas de que "a corrida de alta do mercado continuará durante 2025".

"Provavelmente, o bitcoin e o mercado cripto atingirão o pico desse ciclo no próximo ano", avalia. Serrano cita também um estudo da consultoria MV Global com 80 empresas do mercado financeiro que trouxe uma opinião mais popular de que o pico da atual alta do mercado de criptomoedas deverá ocorrer no segundo semestre de 2025.

"A maioria está falando de bitcoin próximo a US$ 150 mil, embora também haja projeções de mais de US$ 200 mil", ressalta. Um dos elementos determinantes para o futuro do ativo deverá ser os próximos passos do ciclo de corte de juros dos Estados Unidos, já que juros menores tradicionalmente favorecem ativos como as criptomoedas.

Será preciso, ainda, acompanhar o início do governo de Donald Trump e a sua capacidade de concretizar promessas feitas para o setor de cripto, o que poderia impulsionar ainda mais o mercado.

Serrano pontua que "nesta fase do mercado, também sabemos que algumas notícias de alto impacto podem gerar correções significativas. Se você observar a projeção completa, elas podem servir como novas oportunidades de entrada. Mas também haverá notícias que desencadearão ou acompanharão uma nova etapa dessa alta do bitcoin e do mercado".

Novas quedas?

Mas não se assustem caso, no curto prazo, o bitcoin mais cair do que subir. Especialistas destacam que movimentos de correção de preço e realização de lucros com vendas são naturais após fortes altas de um ativo, especialmente no mercado de criptomoedas.

Michael Novogratz, CEO da Galaxy Digital, afirmou recentemente que o bitcoin pode cair até 20% depois de superar a casa dos US$ 100 mil, chegando em US$ 80 mil. Mas, apesar do cenário de curto prazo, o executivo permanece otimista sobre o futuro do bitcoin, projetando novas altas no médio e longo prazo.

Já a gestora Bernstein divulgou um relatório em 18 de novembro em que disse que a criptomoeda vai valer US$ 200 mil até o fim de 2025. Um dos principais fatores que poderão gerar mais disparadas do bitcoin é a possibilidade do ativo ser adotado como uma reserva estratégica pelo governo norte-americano. A ideia ganhou tração no Partido Republicano e resultou em um projeto de lei que poderá começar a tramitar no Congresso.

Para o Bernstein, "a demanda pelo bitcoin neste ciclo de alta está sendo liderada por instituições, corporações e pelo varejo. Nós acreditamos que o próximo ciclo de alta será liderado por governos, e as sementes políticas disso estão sendo plantadas hoje".

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