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Alex Nascimento: 7 previsões para o mundo das criptomoedas e a Web3 em 2024

Mundo digital passa por evolução contínua que redefine mercados e indica um futuro transformador e descentralizado

Ecossistema de criptoativos tem cenário promissor em 2024 (Getty Images/Reprodução)

Ecossistema de criptoativos tem cenário promissor em 2024 (Getty Images/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 6 de janeiro de 2024 às 10h00.

Por Alex Nascimento*

Atualmente, enfrentamos um conflito entre tecnologias centralizadas e descentralizadas, com soluções inovadoras avançando rapidamente. As tecnologias descentralizadas como blockchain, devido à sua arquitetura aberta, promovem inovação sem a necessidade de permissões específicas, resultando em um ambiente colaborativo, competitivo e criando novos modelos econômicos na Web3.

Antecipamos avanços significativos na implementação de soluções tecnológicas, incluindo melhorias na experiência do usuário, descentralização da inteligência artificial, transformação nos jogos da Web3 e os impactos do halving do bitcoin em 2024.

Essa evolução contínua redefine mercados e indica um futuro transformador e descentralizado, e a seguir apontamos sete previsões para este mercado em 2024, confira!

1 - Evolução exponencial na experiência do usuário Web3

A gestão autônoma de chaves e senhas, integração de carteiras com aplicativos descentralizados (dApps) e transações assinadas em várias redes são desafios na adoção massiva da Web3. O crescimento da economia Web3 exige experiências mais acessíveis. Mas carteiras integradas a aplicativos convencionais, segurança cibernética e Computação Multipartidária (MPC) aprimoram a usabilidade.

Seguindo essa tendência, a Binance lançou uma carteira Web3 via seu aplicativo móvel em novembro, usando MPC para reforçar a segurança. Esses avanços indicam uma evolução nas ferramentas da experiência do usuário, tornando-as mais intuitivas e seguras, possibilitando maior adoção sem comprometer a descentralização e segurança do ecossistema.

2 - Fusão entre inteligência artificial e blockchains

Nos modelos atuais, a tecnologia de inteligência artificial está concentrada nas mãos de grandes empresas, como Google e Amazon, devido aos custos computacionais elevados. No entanto, mercados descentralizados permitem que indivíduos contribuam com recursos, melhorando a rede e fornecendo dados a empresas menores, sendo recompensados por suas contribuições.

O blockchain, sendo uma base de dados descentralizada, desempenha um papel crucial no combate a deepfakes, rastreamento de informações digitais, criação de métodos de pagamento online e descentralização da inteligência artificial generativa, fortalecendo a confiança nos modelos econômicos da Web3.

Visando a convergência de IA e blockchains, a plataforma Solana desenvolveu um plugin de conexão ao ChatGPT para acessar informações diretamente da rede, facilitando tarefas como transferência de tokens, análise de transações e preços, além de detalhes sobre NFTs.

Em conjunto, os blockchains e a inteligência artificial têm o potencial de transformar a economia digital, impulsionando a descentralização financeira e automatizando transações complexas na Web3.

3 – Jogos Web3 focados em colaborar com jogadores

A Web3 está redefinindo o mercado tradicional de jogos ao introduzir novos modelos de receitas e transações “in-game". Modelos de economias descentralizadas removem o controle financeiro de empresas desenvolvedoras de jogos como Sony ou Roblox, compartilhando as receitas com os participantes do ecossistema, sejam eles desenvolvedores, jogadores ou espectadores.

O Axie Infinity, destaque na Web3, descentraliza transações e a propriedade de ativos “in-game", inaugurando uma nova era na relação jogador-desenvolvedor. Jogadores ganham o token nativo (AXS) e tokens de governança (SLP) ao vencer batalhas. O SLP pode ser usado para criar novos ativos, ferramentas ou ser vendido em exchanges de criptomoedas.

Essa abordagem redefine a relação entre as empresas e os usuários, compartilhando receitas de forma mais colaborativa e criando uma nova geração de jogadores profissionais com independência econômica, similar aos motoristas de Uber.

4 – NFTs presentes nas estratégias de grandes marcas

Marcas consagradas, como Nike e Starbucks, estão adotando tecnologias descentralizadas, utilizando NFTs para personalizar experiências e fortalecer vínculos com consumidores. Os NFTs, agora são ferramentas para a co-criação de produtos entre marcas e consumidores, promovendo um profundo senso de autoria.

Inovadoras colaborações, como entre a Adidas e a Prada, transcendem a simples interação comercial, envolvendo os consumidores na criação de obras de arte digitais.

A colaboração entre as duas empresas e seus admiradores resultou em um dos projetos de co-criação mais notáveis no mundo dos NFT, onde qualquer pessoa interessada podia participar enviando uma foto usando um filtro criado para o projeto.

Três mil fotos foram escolhidas aleatoriamente e transformadas em NFTs. Essas imagens foram unidas como peças em um mosaico NFT, concebido pelo artista digital Zach Lieberman.

5 - ETFs de bitcoin impulsionam o mercado institucional

O mercado global de ETFs de bitcoin está em alta, impulsionado pela expectativa de um ETF ser aprovado nos Estados Unidos no 1º trimestre de 2024. Isso levou a um aumento significativo de 128% no volume de negociação da criptomoeda em relação a 2023, superando outras classes de ativos. Esses indicadores apontam para um novo recorde de negociação do bitcoin em 2024, possivelmente ultrapassando US$ 80 mil.

A adoção crescente do bitcoin por instituições reguladas está gerando uma migração das transações de criptomoedas para ambientes regulados, abrindo espaço para novas estratégias de arbitragem e negociação, incluindo o ressurgimento de cartões de crédito de criptomoedas.

6 - Crescimento em pagamentos internacionais com stablecoins

As stablecoins surgiram como uma força significativa, crescendo quase de zero para um impressionante valor de mercado de US$ 137 bilhões em quatro anos. Prevê-se que elas logo superem as transações da gigante Visa, que atingiu mais de US$ 9 trilhões no terceiro trimestre de 2023. Já as stablecoins alcançaram US$ 5 trilhões em volume de negociação no mesmo período.

Isso reflete a busca crescente por ativos digitais que combinam as vantagens das criptomoedas à estabilidade do dólar americano. Em busca de suprir essa demanda, CBDCs (moedas digitais emitidas por bancos centrais), como o Drex, convertem o dinheiro físico em um formato digital semelhante às stablecoins.

Por isso, devemos ver novos capítulos de uma tentativa governamental de acompanhar a transformação do cenário financeiro global em 2024.

7 - Incerteza após o halving do bitcoin

O halving do bitcoin, programado para abril de 2024, é uma redução planejada da recompensa de mineração a cada 210 mil blocos, ocorrendo a cada quatro anos, aproximadamente. Atualmente, a recompensa por bloco é de 6,25 bitcoins, e o próximo halving a reduzirá para 3,125 unidades do ativo.

Apesar de ser associado a uma perspectiva otimista, seu impacto na valorização do bitcoin permanece incerto. Analistas apontam que a diminuição da oferta de novas unidades não garante automaticamente uma valorização, pois o evento é previsível e pode já estar incorporado nos preços atuais.

A dinâmica entre mineradores que conseguirão sobreviver após o halving é um fator crucial que influenciará o preço da criptomoedas. Em resumo, para que os preços subam, a oferta reduzida de bitcoin no mercao pós-halving precisará ser acompanhada por um aumento na demanda do mercado institucional.

Apesar das incertezas, o mercado cripto e Web3 nunca esteve tão consolidado e resiliente quanto em 2024, proporcionando grandes oportunidades para desenvolvedores, empreendedores e investidores!

*Alex Nascimento é autor do best-seller "The STO Financial Revolution" e sócio da 7CC Blockchain Investments, além de ser professor de Blockchain & STOs na Universidade UCLA (EUA), onde atua como cofundador do Blockchain@UCLA Lab.

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