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7 especialistas brasileiros dizem o que esperar do mercado cripto em 2022

2021 termina como o ano de maior crescimento da história do mercado de criptoativos, mas o que esperar de 2022? Confira a opinião de sete brasileiros especialistas no assunto

Especialistas brasileiros falam de perspectivas para o mercado cripto em 2022 (Madrolly/Getty Images)
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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 27 de dezembro de 2021 às 16h17.

O ano de 2021 vai ficar marcado pelo maior crescimento já registrado no mercado cripto. Da escolha do termo NFT como "palavra do ano" pelo dicionário Collins aos recordes de preço de criptomoedas como bitcoin e ether, passando pela retrospectiva do Google que mostrou que o termo “Como comprar bitcoin” superou “como comprar ações” em total de buscas, são várias as comprovações sobre esse desenvolvimento acelerado.

Mas o que esperar para 2022? Apesar de ser um mercado global, cada país tem suas peculiaridades, com características únicas sobre seus negócios locais, regulações e outros fatores. Para entender o que pensam alguns nomes e empresas do setor no Brasil, convidamos especialistas para falar o que esperam do mercado cripto para o ano que vem.

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Confira abaixo:

Safiri Felix e Lucas Xisto (Transfero)

De acordo com Safiri Felix, diretor de Produtos e Parcerias da Transfero, a tendência do setor é de crescimento. “A perspectiva para 2022 é que o mercado de criptoativos siga crescendo e performando melhor do que os ativos financeiros tradicionais. O processo de maior institucionalização do mercado é irreversível, o que tende alimentar cada vez mais fluxo de capital para o mercado”, explicou. Segundo o especialista, Bitcoin, Ethereum e Solana são as melhores alternativas para se expor aos criptoativos.

Já para Lucas Xisto, head de Asset Management na Transfero, fala sobre alguns desafios que o setor deve enfrentar. “Assim como em 2021, o desafio de escalabilidade das redes distribuídas descentralizadas continua em 2022 em meio a demandas crescentes das novas aplicações que rodam em Blockchains, principalmente as que envolvem finanças descentralizadas”.

Segundo ele, a expectativa é que cada vez mais as redes baseadas na Ethereum Virtual Machine (EVM) tenham espaço, uma vez que a maioria dos projetos de DeFi estão construídos nesse ecossistema. “As Blockchains que não usam a funcionalidade EVM terão o desafio de tornar seu ecossistema mais amigável para developers construírem aplicações, o que pode significar uma maior adoção da EVM ou uma melhor infraestrutura interna para desenvolvimento desses apps”, finalizou.

 

Bernardo Brites (Trace Finance)

Para Bernardo Brites, CEO da Trace Finance, as criptomoedas serão cada vez mais aceitas e presentes nos produtos financeiros das instituições tradicionais e fintechs. “Veremos mais empresas tradicionais entrando no mercado de cripto (como vimos com o Drop da Adidas Bored Ape que arrecadou 23 milhões de dólares em seu lançamento e gerou uma mega exposição de marca) e explorando o potencial de monetização e Branding dos NFTs e Metaverso”, disse.

Segundo o especialista, grandes instituições já estão experimentando produtos de finanças descentralizadas e veremos os primeiros saindo no ano que vem. “A usabilidade da tecnologia blockchain será mais explorada em diversas indústrias, como câmbio, comércio exterior, supply chain (rastreabilidade de alimentos e da cadeia de produção), entre outros. Também teremos uma maior pressão dos governos com o intuito de regular e controlar as corretoras e players de criptomoedas, mesmo os descentralizados, através de regular as empresas mantenedoras e desenvolvedores dos protocolos e punir e sancionar as pessoas por trás deles”, afirmou.

Ricardo Dantas (Foxbit)

A perspectiva para o mercado de criptomoedas em 2022 é de "muita coisa por vir", segundo o especialista, "Países estão se preparando para regulações das criptomoedas, o que vai movimentar o mercado. Aqui no Brasil, a criação das moedas digitais pelo Banco Central e a popularização das criptomoedas, é algo para se esperar em 2022”, explicou Ricardo Dantas, CO-CEO da Foxbit.

Para Ricardo, o Bitcoin deve sempre ser pensado como uma defesa anti inflação. “No longo prazo ele tende a subir, mas o mercado já mostrou que tem muita volatilidade no caminho. Acredito ainda que pode apresentar um valor mais alto em 2022, porém historicamente, existem grandes correções para este período pós-halving. Além disso, vejo o Bitcoin, Ethereum, Solana, Avalanche e Polkadot para ficar de olho no ano que vem”, disse.

Rafael Izidoro (Rispar)

Para Rafael Izidoro, CEO da Rispar, o ano de 2021 foi muito positivo para o bitcoin: “Além dos recordes de preço, o ativo contou com a entrada em massa de investidores institucionais, a adoção como moeda de curso legal em El Salvador, a descentralização da rede devido ao banimento da mineração na China, e maior educação sobre o setor, que resultou em uma percepção mais otimista e aberta da população sobre as criptomoedas”.

Já para o próximo ano, o especialista analisa um cenário de grande expectativa: “Com o mercado de alta que vivemos em 2021 e a forte adoção pela população geral, grandes players institucionais e até Estados, a perspectiva é de ainda maior popularização do Bitcoin como reserva de valor, e quem sabe o tão esperado marco de US$100.000”.

Lucas Schoch (Bitfy)

"Penso que, ao abordarmos o tema das criptomoedas, nada pode ser mais relevante que a sua valorização de mercado, já que ela que faz investidores de todo o mundo inferir, pleitearem, induzirem e transformarem o cenário da nova economia digital”, falou Lucas Schoch, CEO e fundador da Bitfy.

Segundo ele, muitas variáveis estão presentes neste processo de valorização de uma moeda, mas nenhuma é tão contundente quanto a volatilidade, e é por meio desta mudança constante que o ecossistema de cripto opera.

Para 2022, Schoch aponta que as blockchains de infraestrutura que possuem potencial para gerar novos processos de serviços financeiros e torná-los mais simples e eficientes são bastante promissoras: “A Solana, que valorizou mais de 11.000% somente neste ano de 2021, se tornando um dos ativos de melhor desempenho do mundo. Outra beneficiada pela volatilização de mercado foi a Shiba Inu, que se fez notória pela recente valorização que extrapolou a alta dos 380%”. Entre as criptos para o ano que vem, o especialista cita aquelas que ele acredita serem as quatro mais promissoras: Polygon, Avalanche, Uniswap e SushiSwap.

Schoch afirmou ser "incrível ver como as criptos se fortalecem cada vez mais pelo seu exacerbado desenvolvimento tecnológico, ou meramente por especulações e adeptos que visam transformar o mercado e enriquecer com isto". “Na minha opinião, muitos outros criptoativos podem se valorizar e aumentar a sua capitalização de mercado, só depende de quão aquecido estará 2022. Vamos esperar pela volatilidade", disse.

Marcus Lavorato (ABFintechs)

Para a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), que possui um grupo de trabalho dedicado a desenvolver um ambiente mais seguro e transparente para players e clientes do universo cripto, há uma atenção especial aos Projetos de Lei (PL) que tramitam na Câmara (PL 2303/2015) e no Senado (PL 4207/2020), que abordam a regulação do setor no país.

“Acompanhamos de perto os debates nas comissões e estamos à disposição para enriquecer as reflexões, sempre em prol de uma regulação que gere segurança para os empreendedores, clientes e reguladores e ao mesmo tempo seja pró- inovação. Os debates no Legislativo continuam e eles definirão o futuro do mercado. Por isso, devemos continuar acompanhando os movimentos e contribuindo com nosso ponto de vista”, disse Marcus Lavorato, coordenador do GT de cripto da ABFintechs e diretor de Relações Institucionais da corretora Mercado Bitcoin.

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