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Sucessora de Guga? Especialistas em marketing veem divisor de águas na carreira de Bia Haddad

Tenista faz história no Roland Garros ao chegar à semifinal, feito que somente Maria Esther Bueno alcançou, em 1966

A tenista Bia Haddad, primeira brasileira a chegar a uma semifinal de Roland Garros (Twitter/WTA/Reprodução)

A tenista Bia Haddad, primeira brasileira a chegar a uma semifinal de Roland Garros (Twitter/WTA/Reprodução)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 8 de junho de 2023 às 10h52.

A tenista brasileira Bia Haddad fez mais uma vez história na manhã desta quarta-feira, 7. Ela venceu a tunisiana Ons Jabeur, pelas quartas de final de Roland Garros, e tornou-se a primeira tenista brasileira a chegar a uma semifinal do torneio desde Maria Esther Bueno, que alcançou esse feito em 1966. Em um Grand Slam, também é a primeira vez que ela chega a uma semifinal, marca também atingida por Maria Esther Bueno no US Open de 1968 (US Open). A vitória de Bia foi de virada por 2 sets a 1 (3-6, 7-6 e 6-1). De quebra, o resultado coloca a brasileira no top 10 do ranking feminino.

Para especialistas, o feito de Bia Haddad já representa um divisor de águas para o esporte brasileiro.

"Desde Guga, o tênis não tinha alguém com destaque nas grandes competições de simples, pois nas duplas já tivemos Marcelo Melo e Bruno Soares. Isso faz bem para o esporte como um todo, nào somente para a Bia. Há todo um ecossistema que vai se alimentar dessas vitórias e dessa exposição. A Bia vai, naturalmente, atrair mais patrocinadores e elevar os valores dos seus contratos, até por ser a locomotiva do processo", argumenta Armênio Neto, especialista em negócios do esporte e sócio-fundador da Let!sGoal, empresa que conecta marcas, atletas, clubes e competições.

“Os inesquecíveis três títulos de Guga em Roland-Garros fazem desse Grand-Slam o preferido dos brasileiros. A performance de Bia traz a alegria de podermos torcer de novo pelo Brasil que vence e faz o país reviver a emoção da conquista, dessa vez protagonizada por essa que já é uma das principais representantes da força do esporte feminino no Brasil. Essa perfomance tem dado a ela uma exposição muito grande, que quando combinada com seu perfil de atleta e pessoa, se torna um ativo muito atrativo para marcas”, explica Ivan Martinho, professor de marketing esportivo na ESPM.

Entre os homens, essa é a primeira vez em 22 anos que um brasileira chega a essa fase em uma disputa de simples em um Grand Slam. O último a chegar mais longe foi Gustavo Kuerten, o Guga, nas quartas-de-final no US Open e em Roland Garros de 2001.

"Bia tem características de marca importantes para uma tenista: tem técnica aliada a força física, é super carismática (dizem que é uma das jogadoras mais queridas do circuito) e além disso se comunica muito bem. É um perfil que com certeza atrai e ainda vai atrair muitas marcas, principalmente pensando que ano que vem é ano olímpico", aponta Bruno Brum, CMO da Agência End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.

Vale lembrar que Ons Jabeur, adversária das quartas-de-final, era a sétima do mundo e conhecida como uma das jogadoras mais talentosas do circuito, pois só havia perdido um set em Paris.

Agora, Bia Haddad aguarda pela rival na semifinal, que vai vir do confronto entre a polonesa Iga Swiatek, número 1 do mundo, e a americana Coco Gauff, número 6 no ranking, em partida que acontece nesta quinta-feira (8).

“As marcas, principalmente aquelas que estão desde o começo, capitalizam mais. Mostrar que você apresentou e contribuiu para que a pessoa chegasse nesse sucesso e que não está somente querendo ‘surfar na onda’ dos resultados que ela está tendo hoje. Isso é importante a marca entender e saber qual impressão ela quer passar para as pessoas”, acrescenta Bernardo Caixeta, gerente de marketing e relações esportivas da Penalty.

Visão de quem está in loco em Paris

Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo e sócio-diretor da Wolff Sports, está em Paris acompanhado a competição e vivendo de perto as principais experiências e ativações em torno daquela que é uma das principais competições do planeta. Ele fala do sentimento que foi estar na quadra nesta manhã.

“Quadra central em polvorosa, fechei os olhos e me lembrei do Guga na quadra central. É indescritível o que a Bia esta fazendo aqui em Paris. O Brasil sentia esse gap desde o Guga. Pós Roland Garros, independente do que fizer na semi em diante, a sua carreira, a sua imagem, dará uma guinada absurda”, afirma Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo e sócio-diretor da Wolff Sports. Ele está em Paris acompanhado a competição.

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