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Quanto Atlético-MG e Botafogo podem faturar com final da Libertadores

Equipes buscam premiação recorde, em meio à expectativa por melhores resultados financeiros no ano e novas formas de arrecadação

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 2 de novembro de 2024 às 08h16.

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Finalistas da Libertadores, Atlético-MG e Botafogo buscam, além da conquista do principal torneio de clubes do continente, significativas quantias em premiação. Isso porque, considerando somente as bonificações previstas para a decisão da competição, quem sair de campo vitorioso levará 23 milhões de dólares (equivalente a R$ 131 milhões na cotação atual). O vice-campeão, por sua vez, receberá 7 milhões de dólares (R$ 39,9 milhões).

Os valores em jogo na final são os maiores da história da competição. Para efeito de comparação, o montante recebido pelo Fluminense por vencer a decisão do ano passado foi de 18 milhões de dólares. Tal crescente premiação tem relação direta com uma valorização comercial da competição nos últimos anos.

“Observamos uma atenção cada vez maior da Conmebol em oferecer experiências completas aos torcedores”, analisa Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, agência de experiências esportivas que é parceira oficial da Conmebol para as finais da Libertadores e da Sul-Americana. “São experiências extracampo que influenciam na valorização comercial do torneio, possibilitando também que sejam oferecidas as melhores premiações”.

Na atual edição, tanto o Atlético-MG quanto o Botafogo podem ultrapassar os R$ 180 milhões em premiação total ao longo do torneio. Já considerando a premiação para o vice-campeão, o Galo garantiu, até o momento, um mínimo de R$ 96,3 milhões, enquanto o Botafogo assegurou R$ 92,6 milhões. A diferença nos valores se dá porque o time mineiro conseguiu duas vitórias a mais na fase de grupos, que garante 330 mil dólares por triunfo.

Tais valores impulsionam os orçamentos das equipes para a atual temporada, na busca por melhores resultados financeiros. No caso do Botafogo, por exemplo, o clube já prevê registrar neste ano o maior faturamento de sua história, na casa dos US$ 100 milhões (R$ 571 milhões, na cotação atual), em projeção divulgada pela Eagle Football, empresa de John Textor, dono da SAF do clube. Como os valores não incluem as premiações com a final da Libertadores, o título da equipe carioca poderia fazer a receita ultrapassar os R$ 700 milhões.

Além da crescente do faturamento, o novo modelo de gestão, com a migração para a SAF em 2022, também reduziu consideravelmente a dívida do clube social, de US$ 184 milhões (R$ 1 bilhão) para menos de US$ 70 milhões (R$ 404 milhões), de 2021 até o quarto trimestre de 2024. Caso semelhante aconteceu com o Atlético-MG, que tornou-se SAF no ano passado, quando divulgou que teve uma redução de 747 milhões na dívida líquida – de R$ 1,571 bilhão para R$ 824 milhões.

Um dos autores do projeto de lei que criou a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), José Francisco Manssur, que atualmente é sócio do escritório CSMV Advogados, analisa os benefícios que esta nova modalidade trouxe aos clubes.

“Este arcabouço jurídico se destaca por possibilitar uma reorganização financeira, a partir da possibilidade da renegociação da dívida. Também favorece as SAFs no pagamento mensal de um tributo unificado, na medida em que limita a 5% sobre as receitas mensais, excluindo-se a receita com transferências de jogadores. Já a partir do sexto ano da constituição da SAF, a alíquota é de 4%, em ‘regime de caixa mensal’, sobre todas as receitas, inclusive sobre a receita com transferências de jogadores”

Principais equipes do continente também buscam novas formas de reduzir dívidas e arrecadar mais

A busca por formas eficientes de redução das dívidas ou novas formas de arrecadação não se restringe somente aos finalistas. Entre outros participantes da competição, já eliminados, o River Plate entrou na Bolsa de Valores da Argentina no início deste mês e criou o “Club River Plate Financial Trust”, tornando-se apto a receber investidores e possibilitando que qualquer cidadão ou empresa com 12 mil pesos (equivalente a R$ 67,4) invista no clube através de um corretor da bolsa de valores.

“A equipe acaba tendo acesso a uma antecipação de crédito, com os investidores tendo um retorno garantido em 30 meses, corrigido pela inflação mais taxas de juros”, explica Fernando Lamounier, Head de Marketing da Multimarcas Consórcios, ressaltando também que a estratégia sai mais barato para o clube do que um empréstimo convencional com algum banco.

O São Paulo, por sua vez, eliminado nas quartas de final para o Botafogo, recentemente teve a aprovação da criação de um fundo de investimentos, em direitos creditórios (FIDC), para a captação de R$ 240 milhões, em operação em parceria com as gestoras de investimentos Galápagos e Outfield. Em uma espécie de empréstimo financeiro, o clube receberia o dinheiro para pagamento de dívidas com instituições bancárias, mas com juros menores, podendo ganhar respiro no caixa.

Já o Flamengo, eliminado pelo Peñarol nas quartas de final, teve a criação da plataforma de apostas Flabet, que será operada pela atual patrocinadora máster Pixet. O acordo prevê, aos cofres do Flamengo, uma entrada de R$ 10 milhões em 2024, mais R$ 22,5 milhões em 2025 e R$ 25 milhões tanto em 2026 quanto em 2027. “O setor betting está cada vez mais presente no futebol e Iniciativas como essas, agora que o mercado se aproxima da regulamentação, podem ganhar cada vez mais força”, analisa João Fraga, CEO da techfin Paag, empresa especializada em pagamentos para o setor betting.

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