Neo Química Arena, palco das partidas do Corinthians, teve sua dívida reduzida em 4,5% graças à campanha "Doe Arena". (Mauro Horita/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 10h29.
Última atualização em 19 de dezembro de 2024 às 10h30.
A campanha "Doe Arena", liderada pela torcida organizada Gaviões da Fiel, conseguiu reduzir a dívida do Corinthians com a Neo Química Arena em 4,5%.
Até o momento, as doações totalizaram R$ 31,8 milhões, diminuindo o débito do clube com a Caixa Econômica Federal de R$ 689 milhões para R$ 658 milhões, segundo os números divulgados nesta quarta-feira, 18. As informações são do jornal Valor Econômico.
O objetivo da iniciativa é quitar integralmente a dívida do estádio, considerado um dos maiores entraves financeiros do clube. Os recursos arrecadados vão diretamente para a conta da Caixa, sem intermediação do Corinthians, o que garante maior transparência ao processo. Além disso, a redução no montante principal deve gerar uma economia de aproximadamente R$ 5 milhões em juros ao longo de 2025, de acordo com as estimativas do clube.
A mobilização dos torcedores tem sido o motor da campanha, mas também chamou a atenção de empresas e personalidades. Entre os maiores doadores estão a empresa Fatal Model, que contribuiu com R$ 200 mil, e a própria Gaviões da Fiel, que realizou uma doação simbólica de R$ 55 mil em celebração aos seus 55 anos. Personalidades como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, também aderiram à causa, embora o valor de sua contribuição não tenha sido revelado.
Para o presidente do Corinthians, Augusto Melo, a campanha é um marco de engajamento entre clube e torcida. "A participação da Fiel demonstra mais uma vez o quanto a torcida é essencial para o futuro do clube. Estamos confiantes de que, com essa união, poderemos alcançar o objetivo de quitar a dívida", afirmou.
A redução de 4,5% na dívida representa um importante alívio financeiro para o Corinthians. O clube tem enfrentado dificuldades para equilibrar suas contas, especialmente após os anos de pandemia, que afetaram as receitas de bilheteria e patrocínios. Segundo especialistas, a iniciativa não só ajuda a diminuir o peso da dívida como reforça a credibilidade do Corinthians no mercado.
A Neo Química Arena, inaugurada em 2014, foi construída para ser uma das sedes da Copa do Mundo no Brasil. O estádio custou cerca de R$ 985 milhões, sendo financiado em grande parte por empréstimos. Desde então, o Corinthians tem lutado para cumprir os pagamentos e administrar os altos custos de manutenção da arena.
Nos últimos anos, a dívida do clube com a Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento, tornou-se um dos principais desafios financeiros. Com os valores arrecadados na campanha, o Corinthians espera acelerar a quitação da dívida e, eventualmente, direcionar mais recursos para investimentos no futebol.A campanha "Doe Arena" permanece em andamento, e os torcedores podem continuar fazendo suas contribuições por meio do site oficial. A meta é arrecadar ainda mais fundos para reduzir o saldo devedor e consolidar a Neo Química Arena como um patrimônio livre de dívidas.
Com o apoio da Fiel, o clube acredita que a iniciativa será um divisor de águas em sua trajetória financeira. "A Neo Química Arena é um símbolo do Corinthians e da sua torcida. Com união e esforço, vamos superar esse desafio e garantir que o estádio continue sendo palco de grandes conquistas", finalizou Augusto Melo, o presidente do clube.