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Morre Adílio, um dos principais jogadores da história do Flamengo, aos 68 anos

Ex-meio-campista lutava contra um câncer no pâncreas

(Redes Sociais/Reprodução)
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 5 de agosto de 2024 às 13h43.

Última atualização em 5 de agosto de 2024 às 13h55.

Adílio, ex-meio-campista do Flamengo , faleceu nesta segunda-feir, 5, aos 68 anos. Ele estava internado desde julho em um hospital na Freguesia, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, devido a um câncer no pâncreas.

A morte do ex-jogador de futebol foi confirmada pelo Flamengo por meio de uma publicação nas redes sociais.

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Em nota, o Flamengo lamentou a morte de Adílio e recordou as contribuições do ex-jogador para o time:

"As asas de um moleque sonhador o fizeram superar qualquer muro. Os campos da Gávea construíram amizades angelicais. Seus pés pareciam flutuar com a bola nos pés e foi assim que Adílio conquistou o mundo vestindo o Manto Sagrado. Seu sorriso, sua generosidade e sua bondade encantaram a quem o conheceu. O símbolo máximo do rubro-negrismo expresso no abraço infinito: comemorar gol de título com os braços rumo aos céus, dando jeito para cabermos milhões de nós na catarse de euforia, amor e paixão. Seus gols, dribles e comemorações marcaram para sempre a história do Mais Querido. Todo rubro-negro tem o privilégio de poder reverenciar o "Brown" como integrante da prateleira mais alta do nosso panteão. Hoje, nos despedimos do nosso Camisa 8, mas para nossa sorte, assim como o traçado do número eternizado, Adílio é infinito", diz o texto.

Conheça a trajetória de Adílio

Adílio de Oliveira Gonçalves nasceu e cresceu próximo à sede do Flamengo , na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Morador da Cruzada São Sebastião, um conjunto habitacional no Leblon construído em 1955 sob influência de Dom Hélder Câmara, ele e sua família foram realocados para lá após o incêndio de 1969 na favela Praia do Pinto. Adílio, terceiro dos seis filhos de dona Laíde Gonçalves, já na infância se destacava no futebol de várzea do bairro, ganhando o apelido de Pelé. Ele jogava no Sete de Setembro, time da Cruzada, e no Royal, time de futebol de areia da praia do Leblon.

Incentivado por seu melhor amigo de infância, Júlio César, Adílio pulou o muro da sede do Flamengo aos 11 anos para buscar uma chance na escolinha de futebol de salão, já que não era sócio do clube. Júlio César, que também se tornaria jogador do Flamengo, foi inicialmente seu rival nas peladas, pois era da Praia do Pinto enquanto Adílio era da Cruzada. Ambos se profissionalizaram e jogaram pelo Flamengo nas décadas de 1970 e 1980. Júlio César, ponta-esquerda, era conhecido como Uri Geller, em referência ao ilusionista israelense.

Adílio foi promovido ao time profissional em 1975, juntamente com Tita e Andrade, quando Zico e Júnior já estavam no elenco. Posteriormente, Leandro também se juntou ao grupo. Esses jovens formaram a espinha dorsal da maior geração da história do Flamengo, conquistando uma Libertadores (1981), um Mundial de Clubes (1981), três Campeonatos Brasileiros (1980, 1982 e 1983) e quatro Campeonatos Cariocas (1978, dois em 1979 e 1981). Leandro, Júnior e Zico foram titulares da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1982, enquanto Adílio foi convocado apenas duas vezes para a seleção.

Adílio, o Camisa 8, era conhecido por sua visão de jogo e excelentes passes e lançamentos. Ele é o primeiro dos titulares da histórica formação rubro-negra de 1981 a falecer. Essa formação icônica incluía Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Em 1981, o Flamengo conquistou três títulos – Libertadores, Carioca e Mundial – em um período de 21 dias.

Além do Flamengo, Adílio também atuou por outros clubes, como Coritiba, Barcelona de Guayaquil (Equador), Alianza Lima (Peru) e, no fim da carreira, por equipes do interior do Rio de Janeiro, incluindo América de Três Rios, Friburguense e Barreira.

Após encerrar sua carreira nos campos, Adílio destacou-se no futsal, jogando como ala-pivô, e foi campeão do Mundial de Futsal pelo Brasil em 1989. Ele também trabalhou como treinador nas categorias de base do Flamengo, conquistando o tricampeonato carioca sub-20 em 2005, 2006 e 2007. Adílio nunca se desligou do Flamengo, seu clube do coração, e nos últimos anos atuou como líder do Fla Master, participando de partidas por todo o país.

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