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Mbappé compra briga com o PSG por ação de marketing; entenda

Craque francês não gostou de vídeo promocional divulgado pelo clube para divulgar campanha de venda de ingressos

Kylian Mbappé: atacante voltou a reclamar de mais uma ação de marketing do PSG  (Anadolu Agency/Getty Images)

Kylian Mbappé: atacante voltou a reclamar de mais uma ação de marketing do PSG (Anadolu Agency/Getty Images)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 6 de abril de 2023 às 17h18.

Última atualização em 6 de abril de 2023 às 19h24.

O atacante Kylian Mbappé voltou a reclamar de mais uma ação de marketing e criticou o seu próprio clube em um comunicado publicado em sua página oficial do Instagram nesta quinta-feira, 6. “Eu não estou de acordo com a publicação desse vídeo. O PSG é um grande clube e uma grande família para mim, mas definitivamente não é o Kylian Saint-Germain”, afirmou.

O incômodo do jogador foi em relação a um vídeo promocional do clube francês que divulgou uma campanha de venda de ingressos para a próxima temporada.

O roteiro da campanha é totalmente voltado em torno da imagem dele, o qual ele aparece dizendo palavras de carinho ao clube parisiense, com exibição de lances do francês na temporada. A principal crítica de Mbappé é que nenhum outro atleta do Paris aparece na peça, nem mesmo Neymar e Messi.

Um dos principais destaques da seleção francesa na Copa do Mundo de 2022, Mbappé também criticou a forma como parte de suas falas foi utilizada. “Pareceu apenas mais uma entrevista normal durante um dia de marketing no clube”, disse.

Essa não é a primeira vez que o astro se envolve em polêmicas deste tipo. No Mundial do Catar, após marcar dois gols na vitória da França sobre a Polônia, por 3 a 1, ele se recusou em exibir o logo da marca oficial de cerveja na Copa do Mundo, a Budweiser.

De acordo com a imprensa francesa, o motivo do boicote é que ele não compactua com marcas que não promovam estilo de vida saudáveis, e nisso se insere empresas de fast food, apostas esportivas e bebidas alcoólicas. Ao fazer isso, ele quer ser um bom exemplo para os fãs, especialmente os jovens que o idolatram pelo mundo.

Mas e o outro lado? Quais os danos que isso pode causar para os patrocinadores que investem milhões?

Para Armênio Neto, especialista em novos negócios do esporte, e que trabalha com marcas junto a empresas e atletas, a prática de Mbappé não é adequada.

"São decisões particulares de cada atleta e de quem faz a gestão de imagem deles. Mas esconder a marca não é adequado, já que aceitou receber o prêmio e sabia das condições estabelecidas para isso", afirma.

Para Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e organizador do Brasil Ladies Cup, qualquer jogador tem o direito de se posicionar, mas deve haver o bom senso.

"A receita que vem dos patrocinadores é importante para a Copa do Mundo, para a organização, promoção e pagamento das premiações às seleções. Na minha opinião, o atleta tem o direito de se posicionar no seu perfil particular, mas não no ambiente em que se encontrava", aponta.

Em outubro de 2022, o atacante se envolveu em algo parecido ao questionar a Federação Francesa de Futebol em relação ao contrato de direitos de imagem dos jogadores de seu país, se recusado a participar de uma sessão de fotos em evento realizado com patrocinadores da seleção francesa ⏤ a alegação é que ele não quer estar relacionado a empresas de casas de apostas e fast food.

"Os danos podem ser irremediáveis, por isso que investir num staff preparado para orientar o atleta desde a base precisa ser visto como investimento. A construção de imagem dentro e fora de campo é constante, por mais que o jogador já tenha envergadura, por exemplo, de se comunicar por meio de suas redes sociais. Ainda assim, é necessário ter uma equipe que o auxilie", aponta Renê Salviano, CEO da agência Heatmap, especialista em marketing esportivo.

Cristiano Ronaldo e a Coca-Cola

Mbappé não é o único jogador de futebol que não quer vincular sua imagem com determinada marca. O atacante português Cristiano Ronaldo viralizou durante a última Eurocopa, em 2021, por colocar uma garrafa de Coca-Cola, uma das patrocinadoras da competição, de lado. Na época, as ações da companhia caíram e o valor de mercado da empresa despencou mais de US$ 2 bilhões.

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