Libertadores 2023: além da relevância dentro de campo, o ganhador também desembolsará quantia de R$ 90 milhões apenas pelo título. O vice campeão ficará com R$ 35 milhões (RICARDO MORAES/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 4 de novembro de 2023 às 05h00.
No próximo sábado, 4, Fluminense e Boca Juniors entram em campo no Maracanã para definir o vencedor do principal torneio de clubes da América do Sul. Enquanto o Boca pode garantir o sétimo título continental e tornar-se o maior vencedor da competição juntamente com o Independiente-ARG, o Tricolor pode tornar-se campeão pela primeira vez, ao voltar a uma final de Libertadores após 15 anos.
Mas, além da relevância dentro de campo, o ganhador também desembolsará quantia de R$ 90 milhões apenas pelo título. O vice campeão ficará com R$ 35 milhões.
Para o Fluminense, que jogará “em casa”, os valores que seriam recebidos com um possível título da América podem fazer com que o clube alcance premiação total de R$ 135 milhões na competição. Isso porque já garantiu R$ 80 milhões com a classificação para a final (considerando a premiação para o vice-campeão) e ainda pode somar outros R$ 55 milhões caso confirme o título. Somando também os R$ 22 milhões obtidos com bilheteria, o montante ainda poderia ultrapassar os 157 milhões. Caso chegue a esses números, os valores recebidos pelo Fluminense durante a Libertadores podem representar 43% do orçamento do clube para a temporada, com previsão de arrecadação de R$ 365 milhões.
Já no caso do Boca Juniors, a equipe soma R$ 82 milhões em premiação ao longo da competição, número levemente superior ao arrecadado pelo Fluminense, uma vez que os argentinos possuem uma vitória a mais na fase de grupos, fator que neste ano também significou premiação extra aos participantes. Os valores já garantidos, inclusive, representam um aumento de 306% em relação à premiação que o clube recebeu na Libertadores em 2022, quando parou nas oitavas de final do torneio. Com o possível título, os argentinos ainda poderiam chegar aos R$ 137 milhões, o que representaria um aumento de 577% em relação aos cerca de R$ 20 milhões somados na última edição.
Neste ano, inclusive, a premiação do torneio é recorde e aumentou em 21% em relação ao ano anterior. Rogério Neves, CEO da Motbot, primeira plataforma brasileira de crowdfunding esportivo, avalia sobre os valores oferecidos pela Conmebol atualmente: “A premiação da Libertadores vem evoluindo a cada ano e isso mostra que a competição tem se fortalecido. Se anteriormente pesava somente a questão esportiva e histórica, hoje podemos dizer que a parte financeira também atingiu um bom patamar de relevância para os clubes participantes. É fato que essa valorização torna o torneio ainda mais atraente e eleva o seu nível de disputa”, afirma.
A partir do grande apelo dos jogos, as equipes também têm se beneficiado com as médias de público na competição, com números superiores aos 40 mil. No caso do Fluminense, a média é de 59,8 mil torcedores levados ao estádio por partida. O destaque é o jogo contra o Internacional pelas semifinais, quando o clube registrou público 67,5 mil, recorde da equipe no novo Maracanã, além de também ter proporção histórica de sócios presentes, na casa dos 76%. Já o Boca Juniors, mantém uma média de 44 mil torcedores ao longo da campanha no torneio continental. O maior público foi no duelo da semifinal contra o Palmeiras, quando registrou levou mais de 53 mil torcedores.
Para Henrique Borges, CEO da Somos Young, empresa que realiza o atendimento a sócios-torcedores de clubes como Cruzeiro, Vasco e Bahia, os públicos registrados e a grande presença dos associados também garantem outros ganhos aos clubes:
"A torcida dos dois times têm feito um excelente papel ao longo da competição. Além do apoio nas arquibancadas, ambos os clubes vivem uma crescente em seu quadro de sócios-torcedores. Esse tipo de programa gera uma receita fundamental, permitindo investimentos maiores no departamento de futebol. É hora de aproveitar o momento e também de planejar os próximos passos para manter essa ascensão, mesmo sabendo que o resultado da final terá influência direta nesses números”, avalia Borges.
Já Bruno Brum, CMO da End to End, empresa de marketing esportivo que atua na elaboração de projetos para estreitar a relação entre clube e torcida, comenta sobre outras ações que também podem ser criadas com os torcedores presentes: “Além de influenciar positivamente dentro de campo e possibilitar boa arrecadação com bilheteria, as arquibancadas cheias também possibilitam o desenvolvimento de uma série de ações para estreitar a relação com os apoiadores. São experiências que demandam uma estratégia do departamento de marketing dos times, mas que podem trazer inúmeros ganhos imensuráveis, como impulsionar o programa de sócios, a venda de itens personalizados, entre outros fatores”, explica.
Para a grande final, os torcedores também devem comparecer em peso no Maracanã. No caso dos tricolores, as cerca de 20 mil entradas para o setor sul, exclusivo do Fluminense, esgotaram-se num período em torno de duas horas após a abertura das vendas na plataforma da ElevenTickets Imply, responsável pela gestão dos ingressos para a final pelo segundo ano consecutivo. A demanda chegou a uma fila virtual de em torno de 150 mil pessoas. Já o Boca Juniors também comercializou entradas para setor exclusivo com cerca de 20 mil lugares, mas, no total, os torcedores do clube já adquiriram cerca de 30 mil ingressos no estádio. Ainda há a expectativa de que mais de 50 mil xeneizes estejam no Rio de Janeiro.
A procura por hospedagens na capital carioca, entretanto, não acontece somente entre os argentinos, conforme explica Marcelo Carraresi, Chief Commercial Officer (CCO) da Absolut Sport, agência de viagens oficial da Conmebol. “Tivemos uma alta procura pelos pacotes para a decisão da Conmebol Libertadores, tanto de argentinos, quanto de brasileiros. A final tem um grande apelo e será um momento mágico para os torcedores. Nossa missão, nesse cenário, é entregar uma experiência única e inesquecível, começando pelo hotel, passando pelo meeting point e indo até o estádio”, afirma.