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Fórmula 1: mais 'jovem' e conectada, temporada começa neste sábado e deve ter audiência elevada

Com Tik Tok e Drive To Survive, modalidade ganhou novos adeptos e viu público crescer em diferentes segmentos

Em novembro do último ano, a Fórmula 1 anunciou ter chegad a um faturamento total de US$ 887 milhões (R$ 4,3 bilhões) (Ricardo Moraes/Reuters)
Antonio Souza

Repórter da Home e Esportes

Publicado em 2 de março de 2024 às 04h00.

Última atualização em 2 de março de 2024 às 08h28.

A Fórmula 1 2024 começa neste sábado, 2, com o Grande Prêmio do Bahrein - a primeira de 24 etapas na maior temporada da história da categoria. Ao contrário de outros anos, a etapa será realizada num sábado, assim como a do próximo domingo, 9, na Arábia Saudita, em razão do ramadã, mês sagrado para os muçulmanos.

A expectativa para a atual temporada é de uma audiência elevada e diversificação do público, seguindo uma tendência que já vem acontecendo nos últimos três anos. De acordo com especialistas em gestão e marketing esportivo, fruto do advento da rede social Tik Tok, bastante explorada pela Liberty Media, proprietária da F1, e da série Drive To Survive, produzida pelo Netflix e que chega a sua sexta edição neste mês de fevereiro.

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Números divulgados pela Liberty Media, no final de 2023, indicaram que a média de idade de quem acompanha a modalidade caiu de 36 anos para 32 anos. Já aqueles que acompanham presencialmente às corridas também ficaram mais jovens, com crescimento de 21% dos fãs de até 25 anos, nos anos de 2021 e 2022. Levando em contas as transmissões esportivas, a audiência teve um crescimento de 44% entre os torcedores de até 35 anos, levando em conta os últimos cinco anos (2018 a 2022).

Esse fato, automaticamente, levou a Fórmula 1 a superar a marcar de 60 milhões de seguidores somadas todas as suas redes sociais, atingindo um crescimento de 29% no ano. O Tik Tok foi a plataforma que teve o maior aumento, de 13%, superando os 7 milhões de seguidores e atingindo patamares próximos de Premier League, UFC e NFL.

Especialistas entendem que além de mudar o formato de seu conteúdo, o surgimento da série Drive to Survive, da Netflix, em 2019, foi o divisor de águas para esse mudança de comportamento de seus usuários, e o consequente rejuvenescimento dos fãs em termos de audiência e presença de público.

"Comercialmente e em termos publicitários, a Fórmula 1 cresceu no Brasil e no mundo inteiro ao longo dos últimos anos, motivado bastante pela série. Isso trouxe uma nova geração de público não apenas que passou a acompanhar presencialmente o evento, mas também se interessar mais", afirma Fernando Paz, diretor comercial da Absolut Sport, agência de marketing esportivo especializada em sportainment.

"Está claro que hoje, a forma como um evento esportivo é divulgado e transmitido, é tão importante quanto o próprio evento. Novos ângulos, bastidores, detalhes técnicos, falas antes ocultas, além dos conteúdos relacionados, com a vida pessoal dos envolvidos, para muitas pessoas, são mais importantes que os resultados dos jogos ou das provas. A partida ou a prova, cada vez mais, são pretextos para que seja produzido conteúdo sobre relações humanas", diz Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana comandada pelo cantor Jay-Z.

No começo de 2021, no último levantamento feito pela plataforma Betway Insider, apontou-se que a audiência da Fórmula 1 cresceu mais de 58% apenas nos Estados Unidos, atingindo mais de 1 bilhão de espectadores. Outro dado da Nielsen mostra que mais de 360.000 pessoas que não assistiram às corridas do fim da última temporada, acompanharam as disputas neste ano depois de verem a série Drive To Survive.

A Liberty Medida estima que mais de 800 milhões de usuários foram atingidos nos dois primeiros anos de lançamento da série, e que ela conquistou mais de 50 milhões de visualizações desde o lançamento da quarta temporada, em 2022.

"A organização da Fórmula 1 dá aula de entretenimento. Tive a oportunidade de conhecer a forma que tratam o cliente, patrocinador e todo o público, e realmente é de assustar positivamente. Os eventos de hospitalidade e todas as ações de experiência que criaram além da corrida principal são verdadeiras aulas de conexão e obtenção de receitas; aqui no Brasil mesmo é um evento fantástico, vale cada centavo", afirma Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

"A F1 vem trabalhando com diversas ações no sentido de aproximar o fã. A série Drive to Survive, da Netflix, por exemplo, tem proporcionado um enorme interesse dos fãs assíduos, bem como de diversos outros públicos que não tinham tanto interesse pela modalidade. Trazer os bastidores da F1 ao público foi genial, inclusive a fórmula tem sido copiada por outras modalidades, como o tênis. O reflexo disso tem se dado com faturamento recorde, autódromos lotados e público cada vez mais engajado", complementa Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

Estima-se que a série já tenha sido foi assistida mais de 200 milhões de vezes. No começo de 2021, no último levantamento feito pela plataforma Betway Insider, apontou-se que a audiência da Fórmula 1 cresceu mais de 58% apenas nos Estados Unidos, atingindo mais de 1 bilhão de espectadores.

Já um dado da Nielsen mostra que mais de 360.000 pessoas que não assistiram às corridas do fim da última temporada acompanharam as disputas neste ano depois de verem a série Drive To Survive.

"Sem dúvidas a série Drive to Survive é responsável por apresentar e envolver esse novo público com a Fórmula 1 ao explorar um formato que cativa justamente por trazer o que está por trás dos resultados, o cotidiano de uma modalidade que envolve uma infraestrutura muito complexa e envolvente. Uma estratégia de conteúdo bem pensada e executada nas redes sociais, explorando os formatos de vídeos curtos e as tendências do momento ajudam a rejuvenescer e fidelizar a base de fãs. Esses usuários mais jovens assumem um comportamento de embaixadores da modalidade, criando verdadeiras comunidades apaixonadas por consumir e debater conteúdos sobre o nicho, além de transformarem os principais nomes das modalidades em influenciadores. Não por acaso o TikTok é hoje a parceira oficial da Aston Martin na frente de produção de conteúdo, estampando também a logo da rede social nos carros de Fernando Alonso e Lance Stroll", exemplifica Ana Clara Campos, Gerente de Conteúdo da Agência End to End.

Em novembro do último ano, a Fórmula 1 anunciou ter chegado a um faturamento total de US$ 887 milhões (R$ 4,3 bilhões), no periodo de julho a setembro, com um incremento de 24% em relação a 2022, quando alcançou US$ 715 milhões.

"Além da já conhecida conquista do mercado americano atribuída em grande medida ao sucesso de Drive to Survive naquele país, a Liberty segue investindo na conquista de novas audiências através de diversas plataformas de social media com conteúdo formatado sob medida para cada uma”, encerra Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

Outro fator que deve atrair muito a atenção dos fãs é a troca de equipe do heptacampeão Lewis Hamilton, que deixou a Mercedes para acertar com a Ferrari. No entanto, de acordo com as principais plataformas de apostas esportivas do país, como Esportes da Sorte, Reals, Galera.bet, Bet7k, Casa de Apostas e Onabet, o britânico é apenas o quarto favorito ao título, atrás de Max Verstappen, Charles Leclerc e Lando Norris. Já a escuderia italiana, segundo a Odds&Scouts, geradora de dados para eventos esportivos, é a segunda mais cotada para levar o campeonato de construtores, superada pela Red Bull Racing.

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