Volt: a empresa tem um espaço que conta com capacidade para produzir mais de 1 milhão de camisas por ano (Matheus Amorim/Divulgação)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 24 de maio de 2023 às 12h47.
Última atualização em 24 de maio de 2023 às 15h10.
Há dois anos, em Joinville-SC, a Volt Sport, marca de material esportivo 100% nacional, iniciava a atuação no ramo dos fornecedores. Atualmente, nove clubes -- América-MG, Botafogo-SP, Criciúma, CSA-AL, Figueirense, Fortaleza, Remo-PA, Santa Cruz-PE e Vitória-BA -- fazem parte do portfólio da companhia.
A operação se desenvolveu rapidamente. Com apenas dois anos desde a entrada no mercado, data que é celebrada nesta sexta-feira, 26, a marca está presente em clubes de todas as divisões do futebol brasileiro. Seguindo a linha de crescimento, a projeção para o terceiro ciclo de atuação da empresa é de um faturamento de mais de R$ 100 milhões.
Em 2022, projetos especiais da empresa ganharam destaque. Foram feitas camisas em referência a luta contra o preconceito racial, Copa do Mundo, Outubro Rosa e até modelos do universo streetwear.
A Volt tem um espaço que conta com capacidade para produzir mais de 1 milhão de camisas por ano. Os gestores da empresa, compostos por executivos com mais de 15 anos de experiência no varejo, aliados à bagagem de parte dos sócios no universo do futebol, captaram clientes que visavam maximizar as receitas, mas que também queriam participação ativa no processo de desenvolvimento e produção de novas coleções.
“Saber como funciona o cotidiano de um clube de futebol é essencial para o nosso crescimento no mercado. Na maior parte dos casos, as equipes recebem as camisas já na fase final e, com isso, não podem opinar por alterações e nem sugerir projetos esporádicos. Isso é totalmente o oposto do que almejamos em termos de relacionamento com os clubes. A parte financeira é importante para o bom andamento da parceria, mas, para que seja bem-sucedido, todo trabalho deve ser feito a quatro mãos”, comenta Fernando Kleimmann, sócio-diretor da empresa, que já foi executivo de futebol em diferentes clubes.
De acordo com a Volt, todos os clubes atendidos pela empresa conseguiram ampliar a arrecadação após a parceria com a agência catarinense. Além da confecção das camisas, a companhia é responsável pela administração de 32 lojas físicas espalhadas pelo país.
“Desde que começamos a parceria com o Vitória, por exemplo, a equipe saltou de R$180 mil para mais de R$1 milhão por mês nas vendas. No Figueirense, o lucro também se multiplicou. Criciúma idem. São valores extremamente importantes aos clubes, já que repassamos royalties do valor bruto de tudo o que é comercializado. Isso é fruto de um trabalho muito bem planejado e executado, pois muito mais do que camisas, o nosso foco é vender produtos com pertencimento ao clube e identificação com o torcedor”, explica Fernando.
O executivo também ressalta a importância de atuar em todas frentes da operação, sem restringir o fluxo de trabalho na produção das camisas. “Não podemos nos limitar apenas à entrega da produção dos uniformes. Vejo que nossa principal diferença em relação ao mercado está na atuação em diversos aspectos que compõem toda a engrenagem comercial de um clube de futebol. Processo que passa pela fabricação de novos produtos, desenvolvimento de coleções, distribuição nacional dos materiais e controle administrativo dos espaços físicos”, acrescenta Kleimmann.
No início do mês de maio, a Volt divulgou a parceria com o Fortaleza, maior contrato da história da companhia. O investimento feito será o maior da história do clube em relação à parceria com uma marca esportiva. Além disso, a Volt irá construir uma megaloja na capital nordestina, ampliando ainda mais o potencial da operação.
“Vejo esta parceria como uma mudança de patamar na empresa. É um clube que está em evidência no cenário nacional, disputou a Libertadores pelo segundo ano consecutivo e tem feito campanhas relevantes nas principais competições. Nos últimos anos, o Fortaleza conseguiu um case relevante com a marca própria, mas tenho certeza que com projeto que temos em andamento, os lucros para a agremiação serão ainda maiores nesta nova etapa”, detalha o gestor.
Para os próximos anos, Fernando Kleimmann almeja ampliar ainda mais a operação, mas destaca o projeto para o crescimento fora do universo do futebol.
“Em dois anos, nos tornamos a empresa com o maior número de clubes das quatro primeiras divisões do Brasil. É um marco especial neste começo. Estamos atentos às movimentações do mercado, é um setor com muito potencial de crescimento. Por outro lado, essa expansão também passa por projetos fora da bolha do futebol, para que possamos ser também referência em linhas casuais, roupas de treino e tecnologia de nossas peças”, finaliza.