Com apoio de Milei, Argentina quer GP de F1 de volta ao país
País trabalha para modernizar autódromo e trazer de volta o Grande Prêmio, ausente desde 1998
Redator na Exame
Publicado em 1 de outubro de 2024 às 13h55.
A Argentina está se mobilizando para retornar ao calendário da Fórmula 1, após um intervalo de 25 anos sem sediar uma corrida da principal categoria do automobilismo. O impulso vem do bom desempenho do piloto argentino Franco Colapinto, que vem chamando a atenção nas primeiras corridas pelo campeonato mundial com a Williams. Esse momento reacendeu o interesse pelo esporte no país, criando expectativas para a realização de uma nova prova no Autódromo Oscar y Juan Gálvez, em Buenos Aires. As informações são do BeINSports.
Daniel Scioli, secretário de Turismo, Meio Ambiente e Esportes da Argentina, anunciou em suas redes sociais que o país está preparado para o retorno da Fórmula 1. Ele destacou que "as condições estão certas", e que investimentos privados estão disponíveis para viabilizar o evento. Scioli também elogiou a liderança do presidente Javier Milei, que, segundo ele, vem colocando a Argentina em evidência global.
Reformas no circuito e negociações
Durante a Feira Internacional de Turismo da América Latina, Scioli instou o prefeito de Buenos Aires, Jorge Macri, a concluir as reformas no autódromo para que o circuito atinja a classificação "Categoria 1" da FIA, condição necessária para sediar uma corrida de Fórmula 1. Segundo Scioli, o governo portenho está trabalhando para reclassificar o autódromo para o nível 2, mas o objetivo é alcançar o nível 1, exigido pela categoria.
Scioli também informou que as negociações com a Fórmula 1 já começaram e que ele pretende se encontrar com as principais autoridades da Liberty Media durante o Grande Prêmio de São Paulo, em novembro. Esse encontro será uma oportunidade para alinhar os últimos detalhes para a possível volta da Argentina ao calendário da Fórmula 1.
Histórico do GP da Argentina
O Grande Prêmio da Argentina possui uma longa tradição na Fórmula 1. O país sediou 21 edições da corrida no Autódromo Oscar y Juan Gálvez, em Buenos Aires, entre 1952 e 1998. O circuito foi palco de grandes momentos da história do automobilismo, com vitórias de ícones como Juan Manuel Fangio. No entanto, questões econômicas e a falta de modernização do autódromo resultaram na saída do país do calendário da F1 após a edição de 1998.
Desde então, diversas tentativas de trazer o GP de volta foram feitas, incluindo projetos para um circuito de rua em Mar del Plata, em 2012, e a renovação do autódromo de Buenos Aires, em 2017. Nenhum dos esforços anteriores teve sucesso em garantir o retorno da corrida ao país, mas o atual governo vê uma nova oportunidade, especialmente com o recente interesse renovado pelo esporte, impulsionado pela "Colapintomania".
O impacto de Colapinto e o futuro do GP
A ascensão de Franco Colapinto, primeiro piloto argentino a se destacar no cenário internacional da Fórmula 1 desde a época de Carlos Reutemann, trouxe nova vida à paixão do público argentino pelo automobilismo.Nos últimos anos, o interesse pelo esporte havia se tornado mais restrito a uma base fiel de fãs, mas agora, Colapinto está inspirando uma nova geração de argentinos a se conectarem com a Fórmula 1.
Com as negociações em andamento e os planos de reestruturar o Autódromo Oscar y Juan Gálvez, a Argentina busca reafirmar sua presença no esporte, que desempenhou um papel histórico no automobilismo mundial. Resta saber se o país conseguirá superar os desafios técnicos e financeiros para concretizar o retorno de um dos eventos mais aguardados pelos fãs do automobilismo local.