Esporte

Casimiro arrecada quase R$ 1 milhão com transmissão no YouTube

O streamer também bateu recorde de visualizações simultâneas em um jogo, com 210 milhões de acessos ao vivo

 (Twitch/Reprodução)

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Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 1 de dezembro de 2022 às 16h56.

Última atualização em 1 de dezembro de 2022 às 17h07.

Casimiro, aquele que não é o volante da seleção brasileira, mas faz tanto sucesso quanto, segue atingindo marcas expressivas nesta Copa do Mundo do Catar. Durante a live pós-jogo entre Argentina e Polônia, nesta quinta-feira, alguns números foram vazados e foi possível ver que o streamer arrecadou quase R$ 1 milhão — R$ 832 mil para ser mais exato — somente com visualizações no YouTube nos últimos 28 dias.

Outro dado que foi possível identificar corresponde à audiência: foram 210 milhões de visualizações durante o período em que o influencer está transmitindo os jogos da Copa do Mundo. Vale lembrar que durante a transmissão de Brasil x Suíça, Cazé, como é conhecido, bateu seu próprio recorde de visualizações simultâneas em uma transmissão ao vivo no YouTube, com 5,3 milhões de visualizações.

Casimiro fez parceria com a produtora LiveMode e adquiriu os direitos de transmissão dos 22 jogos da competição, incluindo todas as partidas do Brasil. Eles também conseguiram negociar todas as cotas de patrocínio, envolvendo marcas do quilate de McDonald's, Coca-Cola, iFood, Nubank, Unilever e a casa de apostas EstrelaBet.

Streaming conquista espaço

Com mais de 40 milhões de seguidores nas redes sociais, o streamer Casimiro Miguel anunciou que vai transmitir os 22 jogos da Copa do Mundo de 2022 em suas plataformas na internet. Isso só aconteceu em razão do acordo feito pela LiveMode, empresa parceira do youtuber, com a Fifa, que detém os direitos de transmissão da maior competição do planeta. O mais importante: todos esses jogos serão exibidos gratuitamente, o que comprova: a indústria do futebol mudou.

"O futebol foi um produto perfeito para a comunicação do século 20 e os projetos de expansão da comunicação de massa reguladas pelos estados. O streaming é o século 21, com distribuição descentralizada, através de dados que circulam pela neutralidade da rede da internet, sob a qual a interferência dos governos acaba sendo mais limitada", afirma Bruno Maia, especialista em inovação e novas tecnologias do esporte e entretenimento e sócio da Feel The Match.

Segundo o especialista, nesse novo cenário o consumo é pensado para atingir audiências que têm possibilidade de customizar suas rotinas e seu entretenimento. "Não são mais reféns de uma programação única típica da comunicação de massa, que lhes impunha narrativas. O esporte é rico demais em possibilidades de gerar histórias para que a gente siga apenas discutindo o placar do jogo e a próxima rodada. Este futuro já chegou e a prova está aí na democratização das transmissões."

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Em outubro deste ano, a Fifa já havia anunciado um acordo com a própria LiveMode para a transmissão dos jogos da Copa do Mundo de 2022 para as redes sociais, para exibição em múltiplas plataformas. A lista inclui YouTube, Facebook, TikTok, Kwai e Instagram.

Até então, a exclusividade dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2022 era do Grupo Globo, e isso englobava para todas as mídias: TV aberta, fechada, rádio e internet. No entanto, com a pandemia do coronavírus, a emissora foi à Justiça contra a Fifa para renegociar as dívidas e acabou perdendo a exclusividade em streaming.

Desde essa decisão, a Fifa autorizou a negociação desses direitos com outras interessadas, e a LiveMode, que já transmite os jogos do Athletico Paranaense como mandante no Brasileirão em parceria com o próprio Casimiro, ficou como a responsável por vender patrocínios regionais para a Copa.

"Não existe dúvida de que não é mais tendência, e sim realidade. Basta ver a enormidade de grupos de mídia e comunicação de todo o planeta lançando plataformas próprias no mercado, aumentando a competitividade e a demanda por conteúdo original. Estamos falando para uma geração de consumidores que consomem conteúdos na hora e local em que quiserem, e o interesse por produções que contem histórias e bastidores é cada vez maior. O lançamento de filmes e documentários envolvendo grandes atletas como marcas maiores do que seus próprios times mudam o cenário do mercado", diz Maia.

De acordo com números da Nielsen, divulgados no final de agosto deste ano, 34,8% dos cidadãos americanos utilizaram as plataformas de streaming, com 191 bilhões de minutos consumidos. Isso é 22,6% maior se comparado com julho de 2021. Neste mesmo período de julho deste ano, a TV a cabo registrou 34,4% de participação, enquanto a TV aberta ficou com 21,6%.

"Comparando o perfil da audiência de nossas transmissões esportivas ao vivo no streaming e na TV a cabo, é possível perceber que, apesar de existir uma interesecção, o público do digital é mais jovem, mais conectado e early adopter de novas tecnologias", diz Guilherme Figueiredo, CEO da NSports. "Com isso, é natural que com o passar do tempo essa migração também ocorra no Brasil, especialmente após a intensificação da digitalização durante a pandemia", complementa o executivo da empresa que possui 18 canais dos mais variados esportes.

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