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Amaury Pasos, lenda do basquete brasileiro, morre aos 89 anos

Reconhecido como único jogador da história do Brasil a ser eleito duas vezes MVP de Mundiais em posições diferentes, ex-atleta deixa legado no esporte

Amaury Pasos, uma das lendas do basquete no Brasil (Redes Sociais/Divulgação)

Amaury Pasos, uma das lendas do basquete no Brasil (Redes Sociais/Divulgação)

Publicado em 12 de dezembro de 2024 às 09h52.

Última atualização em 12 de dezembro de 2024 às 11h58.

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Amaury Antônio Pasos, entre os responsáveis por levar o basquete brasileiro ao reconhecimento mundial, morreu nesta quinta-feira, 12, em São Paulo, aos 89 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada, mas o ex-atleta vinha passando por diversos problemas de saúde, revelou uma fonte próxima à EXAME. Ele estava acompanhado dos familiares, em São Paulo.

O ex-atleta havia completado 89 anos nesta quarta-feira, 11, e ainda é o único jogador da história do Brasil a ser eleito duas vezes MVP de Mundiais em posições diferentes, além integrar o Hall da Fama do Basquete. Ex-ala pivô e armador, foi vice-campeão mundial em 1954 (medalha de prata), bicampeão do mundo em 1959 em Santiago e 1963 no Rio de Janeiro (medalha de ouro), e oito vezes o campeão do sul-americano. Antes de abraçar o basquete, foi também campeão sul-americano de natação e foi campeão brasileiro e de seleções de vôlei, durante a adolescência.

Para além dos títulos nacionais e mundiais, Amaury marcou a história da seleção brasileira de basquete por duas vezes, em 1960 e 1964, nos quais recebeu a medalha de bronze nas Olimpíadas de Roma e Tóquio. A relíquia de 1964 foi inclusive roubada do "santuário" que ele mantinha na antiga casa do ex-atleta, na cidade de Cotia, região metropolitana de São Paulo. A filha do jogador, Claudia, chegou inclusive a fazer uma nova réplica para ele em 2021, para substituí-la. A medalha original nunca foi encontrada.

Ele deixa a esposa, os filhos Amaury Jr., Claudia e Neto, quatro netos e dois bisnetos. O velório, aberto ao público, será realizado na Rua São Carlos do Pinhal, 376, São Paulo, das 10h às 18h.

Legado no basquete brasileiro

Amaury, nascido no Brasil, era filho de pais argentinos que já eram, antes mesmo dele nascer, amantes do basquete. A família chegou a retornar à Argentina quando ele tinha cinco anos. O pai dele era jogador na ACM e ele, desde pequeno, Amaury frequentava os treinos — até começar a praticar o esporte, de fato. Integrou a equipe do Buchardo, Argentina, aos 15 anos.

Aos 16, de volta ao Brasil, fez parte de equipes de natação paulistas, antes de integrar oficialmente o Clube de Regatas Tietê como jogador de vôlei. Foi notado pelo técnico Oscar Guarana que, enfim, levou-o ao basquete. Amaury permaneceu no Tietê de 1951 a 1961, até ser transferido para o Esporte Clube Sírio, no qual permaneceu por quatro anos. Em 1965, foi contratado pelo Sport Club Corinthians Paulista, no qual permaneceu até se aposentar do esporte, em 1972.

Pelo Brasil participou de 96 partidas e marcou ao longo de 16 anos. Chegou a receber um convite para integrar a Liga Americana de Basquete, mas rejeitou a transferência porque teria que renunciar à seleção brasileira.

A Confederação Brasileira de Basquete lamentou a perda do ídolo em nota oficial e declarou luto de três dias, prestando solidariedade a amigos e familiares. "Amaury foi um gigante, um homem na vida e uma lenda no basquete. Tenho a satisfação de tê-lo tido como amigo e também como técnico. Um dos maiores não só do Brasil, mas como da história. É uma perda irreparável. Nosso corpo tem prazo aqui na Terra, mas o legado dele é eterno e suas histórias e feitos serão lembrados por gerações", disse o presidente da CBB, Guy Peixoto Jr., em comunicado oficial.

Amaury destacou-se por sua versatilidade, uma característica marcante que o colocou entre os grandes nomes da era de ouro do basquete brasileiro, ao lado de astros como Wlamir Marques, Rosa Branca, Algodão e Ubiratan.

Carreira de sucesso nas quadras e nos negócios

Após se aposentar das quadras, tornou-se um empresário de sucesso. Dedicou-se também ao golfe e chegou a ser técnico do esporte, em 1982, mas decidiu voltar aos negócios.

É reconhecido como lenda no esporte e inspirou novas gerações a aderirem à modalidade

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