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Unilever lança Escola de Marketing Antirracista para pensar diversidade desde a criação dos produtos

Companhia de bens de consumo capacitou mais de 350 funcionários de marketing para representar o Brasil -- país com 56% de diversidade racial -- em todas as etapas de comunicação

Ao todo, 350 funcionários foram capacitados para utilizar a ótica antirracista em todas as campanhas, desde o desenvolvimento de produtos até a comunicação nos pontos de venda (Karin Salomão/Exame)

Ao todo, 350 funcionários foram capacitados para utilizar a ótica antirracista em todas as campanhas, desde o desenvolvimento de produtos até a comunicação nos pontos de venda (Karin Salomão/Exame)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 12 de novembro de 2024 às 13h38.

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A gigante de bens de consumo Unilever investiu mais de R$ 1 milhão para criar a sua Escola de Marketing Antirracista (EMA). Feita em parceria com as consultorias Indique Uma Preta e Oliver Press, a ação teve como objetivo capacitar os mais de 350 funcionários da área de Marketing da Unilever para que suas práticas representem um Brasil diverso – formado por 56% de pessoas negras.

Ao longo de uma formação de cerca de 40 horas, a Unilever buscou promover uma mudança nas suas práticas internas, tornando-as mais inclusivas e afirmativas. Ao mesmo tempo, a empresa viu na Escola a possibilidade de causar mais impacto positivo no mercado publicitário e na sociedade.

Entre os temas abordados estão o desenvolvimento de negócios do afroempreendedorismo, criação de propósito de marca, responsabilidade das empresas no ecossistema de diversidade, equidade e inclusão, semiótica antirracista e antropologia de consumo.

Profissionais como Luana Genot, CEO do ID_BR, Thais Bernardes, fundadora do portal jornalístico Notícia Preta, a atriz e ativista Taís Araújo e o publicitário Felipe Silva, CCO da Agência Gana, são alguns dos 30 nomes que lecionaram durante a formação. Acadêmicos e pesquisadores sobre as relações étnico-raciais também estiveram presentes no curso, como Prof. Dr. Dennis Oliveira (USP) e Prof. Dra. Roberta Campos (UFRJ e ESPM).

De acordo com Vinicius Araújo, líder de cultura e marca empregadora da Unilever, a criação da Escola vem da responsabilidade da companhia de antenar suas mais de 30 marcas e campanhas de Marketing às demandas da sociedade. A partir da EMA, a companhia busca revisar toda sua cadeia a partir da ótica do antirracismo, incluindo a valorização das negritudes desde o desenvolvimento dos produtos até a comunicação nos pontos de venda.

“Ao longo da jornada, 15 projetos das nossas marcas foram acelerados a partir das mentorias do Felipe Silva, CCO da Agência GANA. Essa revisão e ampliação das nossas lentes habilitam novos investimentos alinhados com as demandas da população negra”, explica. A formatura oficial da turma deve acontecer na primeira quinzena de dezembro.

Histórico de antirracismo

Não é a primeira vez que a busca pela inclusão da população negra já vem movimentando as iniciativas da Unilever. O Tudo Pra Creator, programa de aceleração de micro e nano influenciadores negros do mercado de beleza, já formou mais de 10 mil pessoas. Em julho deste ano, a companhia anunciou que todas as campanhas das marcas Dove, Seda, Tresemmé e Clear passam a incluir criadores pretos e pardos participantes do Tudo Pra Creator.

Para o próximo ano, a Unilever busca ampliar a sua atuação na agenda racial, indo além da representatividade na frente das telas. O objetivo agora é usar os conhecimentos em diversidade, equidade e inclusão para aumentar a presença de pessoas negras na estrutura interna, nos fornecedores e em todo o mercado de publicidade.

“Nós queremos nos diferenciar promovendo uma cadeia de marketing cada vez mais atenta, inclusiva, relevante e, sobretudo, em sintonia com o Brasil real”, explica Araújo.

Governança corporativa

Ainda no primeiro trimestre de 2025, a companhia deve instaurar o comitê de governança do marketing antirracista, que vai avaliar a aplicação da estratégia utilizada no curso. O comitê contará com integrantes internos e externos, formulando a construção de diretrizes para o marketing antirracista e a gestão das métricas para toda a empresa.

Para Juliana Oliveira, CEO e fundadora da Oliver Press, o EMA vai além de um esforço pela representatividade negra na publicidade. “É um trabalho profundo que inicia suas movimentações de dentro para fora, com letramento e uma jornada de conhecimento intensa voltada para a comunicação antirracista”, disse.

A sócia e cofundadora da Indique Uma Preta, Daniele Mattos, conta que marcas que entendem sua responsabilidade na construção de conversas relevantes sobre a realidade brasileira têm um desempenho melhor, dando a largada no mercado.

Acompanhe tudo sobre:UnileverDiversidadeestrategias-de-marketingRacismoNegros

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