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Summit ESG: as oportunidades e os sinais de alerta no mercado regulado de crédito de carbono

Apesar do otimismo, especialista sugere cautela quanto ao potencial; já a representante do Instituto Clima e Sociedade alerta para o risco de quem vai investir no plantio de florestas e o papel dos seguros

Paula Pacheco
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 27 de junho de 2024 às 07h30.

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As regras de financiamento para a economia de baixo carbono são chave para o sucesso da transição. Reunidos no Summit ESG 2024, promovido pela Examea maior publicação de negócios do Brasil, os especialistas Maria Netto, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade, e Munir Soares, sócio-fundador e CEO da Systemica, sob a coordenação de Renata Faber, diretora de ESG da Exame, debateram o "Carbono, ativo financeiro As oportunidades do mercado regulado brasileiro". O painel faz parte da agenda do “Mês do ESG 2024”.

Hoje, o Brasil passa por debates árduos sobre regulação do mercado de crédito de carbono. Para Soares, esse quadro era de se esperar. Mas, ao final, a criação de regras vai gerar um alinhamento do ponto de vista de políticas e alinhará o país àsboas práticas internacionais e ao contexto de mitigação de gases de efeito estufa (GEE).

Com a regulação do mercado de crédito de carbono, avalia o representante da Systemica, a expectativa é de redução de emissões de dois setores importantes: energia e indústria. No entanto, aponta o especialista, é preciso ter uma expectativa mais realista em relação ao mercado regulado brasileiro, que deve ficar entre 90 milhões e 150 milhões de toneladas/ano.

"É ideal que as permissões para o uso de crédito de carbono não ultrapassem os 15%. Não haverá uma demanda tão grande por créditos de carbono como se espera", alerta. Por isso, é necessário focar no ponto central, que é a criação de um mercado regulado, com ativos com integridade ambiental.

Maria Netto, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade, e Munir Soares, sócio-fundador e CEO da Systemica, sob a coordenação de Renata Faber, diretora de ESG da Exame, debateram o

Maria Netto, do Instituto Clima e Sociedade, e Munir Soares, da Systemica, sob a coordenação de Renata Faber, da Exame, debatem o papel do carbono como ativo financeiro e as oportunidades do mercado regulado (Reprodução)

Riscos

Apesar do potencial do Brasil para gerar créditos de carbono - uma forma de valorizar a redução das emissões -, há dificuldades na obtenção de financiamentos de longo prazo. A representante do Instituto Clima e Sociedade explica que há um risco embutido no negócio, já que quando se planta uma floresta, ela vai levar de cinco a sete anos para amadurecer e sequestrar o carbono. "Esses riscos ficam concentrados em quem faz o investimento", diz.

Por conta das incertezas em relação ao ativo - como o risco de queima da floresta, por exemplo -, Maria defende a importância não só do marco jurídico, mas quanto às características do crédito de carbono em relação à comercialização, ou seja, o que é permitido comprar. "Ao mesmo tempo, é preciso criar incentivos para que o investidor ou o desenvolvedor de projeto possa ter algum tipo de seguro para uma potencial perda que venha a acontecer", sugere a especialista. Por exemplo, ao compartilhar o risco com o comprador.

Em outros mercados, exemplifica, há bancos que reconhecem o crédito de carbono como uma garantia e o desempenho de um projeto possa ser garantido também. Esse papel poderia ser exercido pelos bancos de desenvolvimento, diz a representante do Instituto Clima e Sociedade.

Summit

O Summit ESG da Exame é considerado o maior evento ESG da imprensa nacional e reúne debates que refletem a cobertura constante da Exame sobre os principais temas sociais e ambientais de interesse global.

Neste ano, serão realizados 21 painéis, organizados em oito blocos temáticos. Os temas abordados serão: Cadeias de Produção Sustentáveis, Inclusão e Empoderamento Econômico, Transição para uma Economia de Baixo Carbono, Financiando a Transição, Bioeconomia e Agro Sustentável, Soluções para a Transição Energética, Economia Circular e Adaptação e Transição Justa.

A cada semana, dois blocos serão veiculados, sempre às terças-feiras e quintas-feiras. Cadastre-se aqui para conhecer os detalhes da programação .

Além disso, em junho, a Exame publica o Melhores do ESG, principal guia de sustentabilidade do Brasil, realizado há mais de duas décadas. A premiação das empresas que mais contribuíram para o desenvolvimento sustentável do país aconteceu no dia 17 de junho, celebrando organizações que se destacam não apenas pelo lucro, mas também pelo compromisso com o desenvolvimento social e a preservação ambiental.

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