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SEBRAE anuncia pesquisa inédita em evento da ONU

Com foco em empreendedorismo LGBTQIAPN+, estudo deve pautar políticas e incentivos específicos para este público

Margarete Coelho em painel no Pacto Global da ONU: "Trabalhamos com inovação e reconhecer essa diversidade é essencial para inovar" (Leandro Fonseca/Exame)
Lia Rizzo

Editora ESG

Publicado em 21 de setembro de 2024 às 11h38.

Última atualização em 21 de setembro de 2024 às 11h47.

Em participação no SDGs in Brazil 2024, Margarete Coelho, diretora de administração e finanças do Sebrae Nacional, anunciou uma inédita pesquisa focada em empreendedorismo da população LGBTQUIAPN+. Durante o painel"Empreender com Diversidade para Construir Futuros Inclusivos", a executiva falou dolevantamento, que conta com apoio do Pacto Global da ONU, da consultoria Nhaí e da agência AlmapBBDO, já concluiu a fase qualitativa e em meados de novembro deve ter os primeiros insights consolidados.

De acordo com Margarete, a pesquisa foi motivada pela compreensão da necessidade de dados e informações que pudessem trazer a realidade dos negócios criados e empreendidos por este grupo populacional, para moldar políticas, ações e intervenções efetivas. "Esta é a forma de atuar do Sebrae, entregamos dados exatos, no detalhe. E quando falamos de LGBTQIAPN+, não temos estas informações", salientou a diretora, lembrando ainda que a entidade criou recentemente uma gerência de empreendedorismo feminino diverso.

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CEO da Nhaí e mulher trans, Raquel Virgínia enfatizou que esta é uma comunidade que já está movimentando anualmente R$11 bilhões no varejo, impactando significativamente setores como entretenimento, moda e serviços. "Mais de 17% desta população empreende pela dificuldade de conseguir emprego formal", destacou. Em complementariedade à fala de Raquel, Margarete Coelho compartilhou dificuldades identificadas nesta primeira fase qualitativa da pesquisa: "já identificamos, por exemplo,  que empreendedores LGBTQUIAPN+ têm dificuldade de contratar pessoas, porque elas não querem ser empregadas de trans".

Até 2023, grupo invisível ao Censo brasileiro

Moderadora do painel, Dilma Campos, CEOda Nossa Praia e head de ESG da B&Partners, lembrou que, apenas a partir de 2023, o IBGE passou a considerar gênero e sexualidade na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS). Embora o levantamento de 2022 já tenha mapeado apopulação bi e homossexual, transgêneros não eram identificados. Em outubro de 2023, quando divulgou a mudança, o Instituto informou que a inclusão de questões sobre gênero e sexualidade foi uma demanda da sociedade civil e que ratificava a importância de sua captação.

"Trabalhamos com inovação e reconhecer essa diversidade e as necessidades diferentes e específicas de cada público é essencial para inovar, para que nossos produtos atendam a todas e todos e para que o apoio do Sebrae seja cada vez mais efetivo no empreendedorismo brasileiro", concluiu Margarete Coelho.

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