Patrocínio:
Parceiro institucional:
Além dos atendimentos individuais, o projeto inclui um forte componente de ações coletivas e pesquisa em saúde pública (Pedro Guerreiro/Agência Pará/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 25 de dezembro de 2025 às 13h49.
Cerca de 200 voluntários da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) desembarcam no Marajó, Pará, para a 39ª edição do projeto Bandeira Científica.
Trata-se de uma ação que levou atendimentos médicos gratuitos, ações de saneamento e oficinas culturais a comunidades urbanas, rurais, quilombolas e extrativistas dos municípios de Salvaterra e Soure, em uma iniciativa que trabalhou para unir a assistência de saúde a práticas de justiça social e ambiental.
Entre os dias 14 e 22 de dezembro, escolas e espaços públicos de Salvaterra e Soure, na Ilha do Marajó, foram transformados em postos de saúde adaptados pela Bandeira Científica. O projeto de extensão da FMUSP contou com a meta de realizar mais de 2 mil atendimentos em 15 especialidades, como cardiologia, dermatologia, ginecologia, oftalmologia, pediatria e psiquiatria, além de consultas com nutricionistas.
A iniciativa buscou atender 1.500 crianças com ações de saúde bucal, realizar 200 ultrassonografias e distribuir 200 óculos à população local. A expedição foi realizada em parceria com as prefeituras locais, com o objetivo de complementar o sistema municipal de saúde, reduzir filas de espera e ampliar diagnósticos precoces.
Para Pedro Docema, estudante da FMUSP e vice-presidente da Bandeira Científica, a escolha do Marajó em 2025 traz um novo significado. "A poucos quilômetros do maior debate climático do mundo, a COP30, em Belém, persistem barreiras sociais que ainda limitam de forma intensa o acesso da população à saúde. Promover saúde no Marajó é uma forma de justiça social", afirmou.
Além dos atendimentos individuais, o projeto inclui um forte componente de ações coletivas e pesquisa em saúde pública. Foram realizadas atividades de conscientização com idosos, adolescentes e portadores de doenças crônicas, e ações da Faculdade de Engenharia Ambiental focadas em saneamento básico, um pilar fundamental para a saúde coletiva.
A programação cultural integra arte e acolhimento, com oficinas de carimbó, artesanato e cerâmica, além de rodas de escuta. Na área de pesquisa, a expedição realizou um mapeamento de complicações por diabetes, condição de alta prevalência na região, e elaborará um relatório detalhado sobre a situação do saneamento em Salvaterra, para subsidiar futuras políticas públicas.
A ação conta com apoio da biofarmacêutica Sanofi — parceira há 13 anos —, do Ministério da Saúde (programa Agora Tem Especialistas) e da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS), entre outras instituições. A Sanofi doou mais de 42 mil doses de medicamentos genéricos e enviou 30 colaboradores voluntários, incluindo médicos e farmacêuticos.
A empresa também promoverá, por meio da iniciativa global “Um Milhão de Diálogos”, palestras sobre saúde indígena e quilombola para os voluntários e rodas de conversa (“Diálogos Inclusivos”) com as comunidades locais. O objetivo é ouvir e buscar soluções que fortaleçam a confiança no sistema de saúde.
"Há 13 anos tenho o privilégio de ser voluntário da Bandeira Científica, acompanhando o seu impacto transformador em comunidades e na formação de jovens profissionais de saúde mais sensíveis, preparados e comprometidos — um legado para o Brasil que vai muito além de cada expedição", disse Fernando Sampaio, presidente da Sanofi Brasil, que é voluntário no projeto há 13 anos.