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Companhia desenvolveu inovação de algodão agroflorestal com universidade que gera renda extra para comunidades tradicionais no Cerrado
Repórter de ESG
Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 16h00.
Oito em cada dez produtos vendidos pela Lojas Renner já têm algum atributo de sustentabilidade. A meta agora é ambiciosa: chegar a 100% até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Mas como transformar uma cadeia tão extensa e complexa como a da moda em um modelo verdadeiramente sustentável?
Em entrevista à EXAME para o videocast "Negócios Sustentáveis", Eduardo Ferlauto, diretor de sustentabilidade da Lojas Renner e diretor do Instituto Lojas Renner, revelou os bastidores dessa transformação e os desafios de construir uma moda regenerativa no Brasil.
"A sustentabilidade está na companhia desde 2013 como valor corporativo. Mas o grande desafio agora é trabalhar com nossa cadeia de fornecedores para reduzir as emissões em 55% por peça produzida até 2030", explica Ferlauto.
Uma das apostas mais ousadas da empresa é o algodão agroflorestal. A Lojas Renner lançou a primeira coleção feita com algodão plantado dentro de uma floresta, no bioma Cerrado, em parceria com a Universidade do Mato Grosso e comunidades tradicionais.
"O resultado é uma matéria-prima que captura carbono, protege a biodiversidade e ainda gera renda extra para famílias que vivem da agricultura de subsistência", conta o executivo.
A transformação também chegou ao ponto de venda. A Lojas Renner criou as primeiras lojas circulares do país, com materiais reciclados e recicláveis, mobília modular e iluminação adaptável. Hoje, todas as lojas reformadas ou inauguradas já seguem esse modelo.
Para atingir as metas climáticas, a Lojas Renner criou o programa Rede Responsável, que oferece consultorias e troca de conhecimento para elevar a performance socioambiental de toda a cadeia. Um exemplo: mais de 80% do jeans já é produzido com baixo consumo de água.
"Saímos de uma condição de auditoria para uma condição de desenvolvimento. Hoje, toda a nossa cadeia é certificada e monitoramos a gestão de performance, não só o cumprimento de requisitos legais", explica Ferlauto.
A empresa também lançou o primeiro guia de moda circular do Brasil e investe em matérias-primas certificadas — por exemplo, 90% da viscose que utiliza já vem de origem certificada.