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COP28: o presidente Lula, o governador Helder Barbalho, o embaixador André Corrêa do Lago e outros falam sobre as expectativas para a COP30, em Belém
Repórter de ESG
Publicado em 12 de dezembro de 2023 às 06h00.
Última atualização em 12 de dezembro de 2023 às 10h53.
O Brasil é o país com a maior delegação presente na 28ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP28) – são 1.377 brasileiros apenas na delegação oficial. A massiva presença é, em partes, pelo protagonismo do país nas discussões sobre preservação da Amazônia e transição energética, por exemplo, mas também pelas expectativas em relação à COP30, evento previsto para acontecer em 2025, em Belém, capital do Pará.
Estes aspectos marcaram os discursos de políticos e empresários brasileiros. Outro ponto que fortalece a ideia da COP29 fora de tantos holofotes foi o impasse dos últimos dias sobre quem sediaria o evento, uma vez que o Azerbaijão, agora confirmado para receber a Conferência em novembro de 2024, está em conflito com o país vizinho Armênia.
No clima de preparativo para a COP30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou as metas de desmatamento zero até 2030. "Para nós, a COP30 pode ser o marco definitivo na questão ambiental. Se o mundo estiver falando sério quanto a preocupação com o tema, o evento será um divisor de águas", afirmou.
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O presidente reforçou que a COP em solo brasileiro será diferente de Dubai. "Não esperem algo como isto aqui, com essas paredes e grandes estruturas. Vamos fazer reuniões em barcos e árvores. Vamos levar os líderes no coração da Amazônia que eles tanto falam".
Lula falou sobre trabalhar de “forma construtiva” para pavimentar o caminho em direção à COP30. "O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo. Ajustamos nossas metas climáticas, que são hoje mais ambiciosas do que as de muitos países desenvolvidos. Formulamos um plano de transformação ecológica, para promover a industrialização verde, a agricultura de baixo carbono e a bioeconomia".
Em encontro com mulheres, a primeira-dama Janja da Silva fez comentário semelhante. "A COP30 tem tirado o meu sono em busca de termos um evento maravilhoso, que não ostenta, mas emociona. A gente quer levar as pessoas para conhecer a floresta amazônica, descer o rio e olhar na cara dos ribeirinhos. Hoje estamos longe, em Dubai, discutindo o futuro de lá", disse.
Helder Barbalho, governador do Pará, aproveitou o foco no estado para participar de diferentes eventos e reforçar uma boa imagem, que foca em mudar aquilo que se conhece de uma das regiões com os maiores índices de desmatamento no país. Durante a agenda, ele anunciou diferentes parcerias e financiamentos, entre elas a assinatura de um acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o financiamento de US$ 300 milhões destinados ao Descarboniza Pará.
O projeto, apresentado durante um painel no pavilhão do BID, prevê a preservação de 10 milhões de hectares de floresta até 2050 e redução das emissões líquidas de CO2 em seis bilhões de toneladas. Desde 2017, o BID e o estado do Pará têm trabalhado juntos em áreas como agricultura sustentável, bioeconomia, reforma fiscal, e soluções sustentáveis.
Já em coletivas para a imprensa, Ana Toni, secretária de mudança de clima, disse que: "Para o sucesso da COP30, é necessário apresentar novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e meios de implementação – além de olhar para os outros países para aprender sobre adaptação climática".
A sociedade civil espera que na COP30 haja mais protagonismo. Exemplo disto é da Marcele Oliveira, que em Dubai representou a Coalizão Clima de Mudança, com mais de 50 organizações, dentre elas, o projeto Jovens Negociadores pelo Clima, da secretaria do Rio de Janeiro. "É importante que estejamos aqui participando e produzindo conteúdo, mas precisamos de mais presença nos espaços de decisão. O programa é uma preparação para que na COP30 a gente consiga estar em todos os espaços", disse Oliveira.