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No terceiro dia da COP28, aumenta a cobrança por ações além de promessas

Triplicar as energias renováveis e reduzir emissões sem cortar produção de petróleo foram alguns anúncios que geraram mais desconfiança do que otimismo

COP28: observadores ainda esperam por anúncios mais realistas (Photo by KARIM SAHIB / AFP)

COP28: observadores ainda esperam por anúncios mais realistas (Photo by KARIM SAHIB / AFP)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 2 de dezembro de 2023 às 13h47.

Última atualização em 2 de dezembro de 2023 às 16h43.

Neste terceiro dia da COP28, os Emirados Árabes Unidos, anfitriões da conferência, anunciaram vários pacotes relacionados a energia limpa e aos cortes de combustíveis fósseis. No entanto, quem acompanha de perto a maior conferência mundial sobre o clima, cobra ações efetivas.

O principal fato do terceiro dia da COP28, segundo Natalie Unterstell, do Instituto Talanoa, foi o anúncio de mais de 100 países assinando o compromisso de triplicar as energias renováveis até 2030. Entre as nações estão Brasil, China, Índia, Estados Unidos e União Europeia.

“Triplicar a energia limpa global nesta significa, para o Brasil, chegar antes ao fim da nossa transição energética logo e, no plano externo, poder aproveitar a abertura de mercados para nossas exportações de energias renováveis, não apenas os tradicionais biocombustíveis, mas quem sabe hidrogênio verde e outras”, diz Unterstell.

A representante do Talanoa considera ser uma contradição o Brasil tentar ser um líder nos esforços mundiais para limitar o aquecimento global a 1,5ºC e ao mesmo tempo se aproximar de produtores de petróleo. "Como o 'paladino do 1,5 grau' pode gerenciar a liderança dentre os maiores produtores de petróleo do mundo?", questiona.

A série de anúncios da COP28 é, em grande parte, bem-vinda, analisa Mohamed Adow, diretor da Powershift Africa. Para ele, é bom ver países e empresas adotando medidas voluntárias para reduzir as emissões, impulsionar as energias renováveis e fornecer mais financiamento climático.

No entanto, segundo Adow, há ressalvas. “Precisamos lembrar que a COP28 não é uma feira comercial e uma conferência de imprensa, é uma negociação internacional e essa ainda é a parte mais importante. As negociações são o motivo de estarmos aqui, e obter uma data acordada para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis continua sendo o maior passo que os países precisam dar aqui em Dubai nos dias restantes da cúpula”, alerta.

A incógnita sobre o petróleo

Neste sábado, 2, foi anunciado um pacto para a redução das emissões de metano do setor do petróleo e do gás. Ao todo, 50 produtores endossaram o acordo. Entre eles, a Exxon Mobil Corp. e a Aramco, da Arábia Saudita. No entanto, não se falou sobre reduzir a produção de petróleo e gás.

O anúncio das petroleiras foi dos mais polêmicos neste início da COP23. "Esta Carta não vai além dos compromissos anteriores da indústria petrolífera sob a Iniciativa Climática de Petróleo e Gás (OGCI), os quais a indústria ainda não cumpriu”, acusa Murray Worthy, pesquisador sênior de petróleo e gás da Zero Carbon Analytics. O mais importante, avalia, é que o compromisso, anunciado hoje, não exige que as empresas lidem com a principal causa das emissões dos combustíveis fósseis, que é a sua queima.

David Tong, gerente global da Oil Change International, desconfia da proposta. "O Acelerador de Descarbonização do Petróleo e Gás é uma distração perigosa do processo da COP28. Precisamos de acordos legais, não de compromissos voluntários. Permanecer abaixo de 1,5C de aquecimento global requer uma eliminação completa, rápida, justa e financiada dos combustíveis fósseis, começando agora”, avalia.

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