ESG

Mondelez amplia benefícios e cobre 100% da hormonização para pessoas trans

A Mondelez, dona de marcas como Lacta, Trident, Halls, Club Social, Bis, Oreo e Tang, também oferece amparo jurídico na retificação de nome em documentos e outros benefícios de saúde para pessoas trans

Eduardo Bucco, Coordenador de Aquisição de Talentos (Arquivo Pessoal/Reprodução)

Eduardo Bucco, Coordenador de Aquisição de Talentos (Arquivo Pessoal/Reprodução)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 17 de junho de 2022 às 08h00.

A Mondelēz Brasil, dona de marcas como Lacta, Trident, Halls, Club Social, Bis, Oreo e Tang, anuncia expansão de ações afirmativas que reforçam o compromisso de promover o avanço em diversidade, equidade e inclusão no Brasil. Com olhar especial para a comunidade Trans, a companhia passa a ter o reembolso de 100% para hormonização, cobertura de processo de transexualização por plano de saúde da empresa e amparo jurídico na retificação de nome em documentos.

Receba gratuitamente a newsletter da EXAME sobre ESG. Inscreva-se aqui

"Embora grande parte do processo de transexualização já fosse coberto, percebemos que alguns procedimentos muito importantes para a expressão de gênero precisavam ser ampliados e, portanto, no início de 2022 tomamos a decisão pela cobertura integral", diz Jorge Morato, líder no comitê Pride e diretor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente na Mondelēz Brasil. Segundo o executivo, a companhia também já adotava desde 2016 o uso de nome social.

Ainda em junho, quando se comemora o Mês do Orgulho LGBTI+, a Mondelēz Brasil supera a meta de 2%, prevista para 2024, relacionada ao aumento do número de pessoas trans trabalhando na companhia. Agora, o foco será em desenvolver os profissionais para que ocupem cargos de liderança no futuro.

“Temos compromissos para refletir a diversidade no mundo em que operamos e trazer mais representatividade. Por isso estamos focados em aumentar a presença de pessoas trans na companhia e a capacitá-las", diz Morato.

Este ano, a companhia realizou um censo interno e constatou que há 7,4% dos colaboradores autodeclarados LGBTQIAP+. A pesquisa teve participação expressiva de 80% dos colaboradores, dado que reforça o engajamento das equipes e fortalece o apoio e incentivo da companhia.  A Mondelēz Brasil também atingiu nota máxima na pesquisa do Programa Global de Equidade no Trabalho, da Human Rights Campaign Foundation, HRC Equidade BR, que avalia os quesitos políticas e documentos formais, governança, educação, compromissos públicos e monitoramento de inclusão.

“Priorizar a diversidade, equidade e inclusão já faz parte das práticas da Mondelēz Brasil. Faz parte da nossa cultura. Por isso, investimos constantemente em iniciativas importantes para o público LGBTQIAP+, sempre com respaldo do nosso comitê Pride, que está dentro do comitê de diversidade, equidade e inclusão”, completa Jorge.

Diversidade e inclusão

Eduardo Antony Bucco, coordenador de aquisição de talentos, é exemplo de quem percebe no dia a dia as práticas da companhia. Funcionário da Modelez Brasil desde abril, Eduardo, como homem trans, tem acompanhamento mensal com uma equipe multidisplinar de médicos, como endocrinologista, mastologista, cardiologista, clínico geral e nutricionista.

"Outro benefício que utilizo e que faz bastante diferença é o reembolso na compra de medicamentos, principalmente os hormônios que utilizo para a transição de gênero. Acredito, que o mais importante e uma das ações afirmativas que me fazem analisar diariamente o meu ambiente de trabalho, é o respeito e o reconhecimento da minha identidade de gênero desde o início do processo seletivo para entrar na empresa, até nas pequenas ações diárias das minhas atividades profissionais", afirma.

Segundo ele, a transição de gênero foi iniciada em outra companhia que não estava preparada para acolhê-lo. "A minha saúde é a mais beneficiada pelas ações afirmativas da empresa, que eu consiga tangibilizar os objetivos da minha transição. Hoje, as pessoas transgêneros são as mais afetadas psicologicamente, afetivamente e financeiramente. Com o plano de saúde, eu consigo ter acesso a toda equipe e rede de profissionais que atendam as minhas necessidades físicas e de bem-estar psicológico.  Além disso, o benefício do reembolso do hormônio que utilizo, me traz a segurança e a certeza de que não vou precisar pausar o tratamento por razões financeiras", diz.

Eduardo lembra ainda que a inclusão reflete diretamente no trabalho. "M sinto mais feliz, disposto e incluído, além de claro, ter segurança para afirmar que tenho a minha dignidade como pessoa humana respeitada em todos os sentidos, desde a ação mais simples como a foto do crachá, endereço de e-mail até a mais complexa, como a dimensão de acessibilidade atitudinal, a qual representa os relacionamentos e as ações dos meus colegas de trabalho sem discriminação por eu ser quem sou e isso para mim, é inegociável".

Entre as ações afirmativas focadas na comunidade LGBTQIAP+ já adotadas pela companhia estão as rodas de conversa com palestrantes e colegas, membros da comunidade, para ampliação do tema e construção do ideal de valorização da diversidade entre colegas; políticas de tolerância zero contra qualquer tipo de discriminação, incluindo canais de denúncia e amparo jurídico; treinamento de fornecedores e parceiros, para alinhamento de expectativas quanto ao ambiente de respeito e valorização às diferenças vivido pela empresa; uso de banheiros de acordo com a identidade de gênero; atenção para uma linguagem inclusiva na construção das comunicações internas da companhia e mais.

Marcas

A companhia aproveita o alcance das marcas para também discutir a inclusão na sociedade. Pelo segundo ano consecutivo, Trident passa a ser PRIDENT, em alusão ao termo “orgulho” - em inglês, pride - para o mês do Orgulho LGBTQIAP+. Com a ação, a marca tem o objetivo de oferecer seu nome, sua visibilidade e suas cores para apoiar a comunidade. Além disso, a marca firma parceria ao longo de 2022 com a Casa Chama, ONG voltada à população transgênero com atuação sociopolítica e cultural, que trabalha para garantir emancipação, valorização e qualidade de vida para a população trans.

Idealizada pela agência Leo Burnett Tailor Made em parceria com a Mondelez Brasil, a ação prevê patrocínio da exposição “Trans_Borda – O olhar opositivo na arte”, realizada por artistas transgêneros que residem na cidade de São Paulo entre os dias 03 e 30 de setembro, no IAB-SP Instituto de Arquitetos do Brasil. O projeto, aprovado pelo PROAC, vai apresentar performances e outras atividades criadas por nove artistas, com o objetivo de evidenciar talentos antes desconhecidos e abrir portas para quem é esquecido e ignorado pelo preconceito da sociedade.

Entre os dias 15 e 22 de junho, os artistas parceiros da Casa Chama: Bruna Cury, Irmãs Brasil, Jonas Van, Manauara Clandestina e Vulcânica Pokaropa terão seus trabalhos expostos nas redes sociais da marca e em mídia Out Of Home, como relógios de rua, totens no metrô e Eletromídia, espalhados principalmente pela região da Avenida Paulista, em São Paulo. Além disso, no dia da Parada LGBTQIA+, 19 de junho, a marca vai expor o trabalho de todos eles em quatro relógios da Avenida Paulista.

Leia também 

Acompanhe tudo sobre:DiversidadeLGBTMondelezTransgêneros

Mais de ESG

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Alavancagem financeira: 3 pontos que o investidor precisa saber

Boletim Focus: o que é e como ler o relatório com as previsões do mercado

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio