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Os preços do milho em Chicago chegaram ao maior nível em oito anos em meio ao clima seco que reduz a produção do Brasil, antes posicionado para se tornar o segundo maior exportador mundial do grão (Alexis Prappas/Exame)
Bloomberg
Publicado em 3 de maio de 2021 às 10h12.
Última atualização em 3 de maio de 2021 às 10h13.
Os preços do milho em Chicago chegaram a subir 3,7%, para o maior nível em oito anos, chegando perto de US$ 7 o bushel, em meio ao clima seco que reduz a produção do Brasil, antes posicionado para se tornar o segundo maior exportador mundial do grão nesta temporada.
A safra de milho do país agora é estimada em 104 milhões de toneladas em relação à previsão anterior de 112,8 milhões de toneladas, devido à estiagem que causa perdas em todos os estados produtores, segundo a consultoria Safras. Com chuvas limitadas em áreas centrais nesta semana, a seca deve continuar a afetar as lavouras, segundo a empresa de meteorologia Maxar.
“Uma grande parte da segunda safra de milho do Brasil está em solos secos”, disse Tobin Gorey, estrategista agrícola do Commonwealth Bank of Australia. “As condições de oferta já estão apertadas. Mesmo perdas modestas restringem ainda mais a oferta.”
Contratos futuros de commodities agrícolas estão em alta em quase todos os lugares, o que volta a colocar foco na inflação de alimentos. Os preços medidos pelo índice Bloomberg Agriculture Spot atingiram o nível mais alto desde 2012.
O milho chegou a subir para US$ 6,98 na segunda-feira, e depois foi negociado em torno de US$ 6,88 às 13h em Cingapura. O óleo de soja avançou para a maior cotação desde 2008, com alta de até 3,9%, enquanto o óleo de palma ganhou mais de 5%.
As apostas de alta no milho por gestores de ativos estão perto do maior nível em 10 anos, enquanto possuem o maior volume de posições altistas na soja em quatro meses. O milho teve alta de 19% em abril, o melhor desempenho desde 2015, coroando a mais longa sequência de ganhos mensais desde 2008. A soja avançou pelo 11º mês, o período mais longo de valorização registrado desde 1959.
A queda da produção brasileira ocorre em meio à oferta global já apertada, devido ao recorde de importações chinesas impulsionadas pela recuperação do plantel de suínos, o maior do mundo.
As compras também são puxadas pelo aumento da demanda da indústria de amido e adoçantes. Operadores também acompanham o plantio nos Estados Unidos, o maior produtor. Os mercados chineses estão fechados até quarta-feira devido a um feriado.
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