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Gestoras doaram US$ 1 mi para políticos dos EUA que negaram eleições

Seis das maiores gestoras de ativos do mundo doaram um total de 1,03 milhão de dólares para parlamentares republicanos que se opuseram à certificação dos resultados das eleições presidenciais de 2020, segundo um novo estudo. A política vai seguir dando o tom na bolsa? Vai. E você pode aproveitar as oportunidades disso. Saiba como com […]

Presidente Donald Trump não reconhece a derrota nas eleições americanas e incita apoiadores a negar vitória de Joe Biden (Carlos Barria/Reuters)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 13 de janeiro de 2021 às 17h49.

Última atualização em 13 de janeiro de 2021 às 18h48.

Seis das maiores gestoras de ativos do mundo doaram um total de 1,03 milhão de dólares para parlamentares republicanos que se opuseram à certificação dos resultados das eleições presidenciais de 2020, segundo um novo estudo.

A política vai seguir dando o tom na bolsa? Vai. E você pode aproveitar as oportunidades disso. Saiba como com o BTG Pactual Digital.

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Comitês de ação política da BlackRock, Vanguard, JPMorgan Chase, Fidelity Investments, State Street e Bank of New York Mellon contribuíram para um ou mais desses parlamentares em ciclos eleitorais desde 2016, segundo análise da Majority Action.

A organização sem fins lucrativos, que defende questões de governança corporativa, pede às empresas que suspendam as contribuições para qualquer parlamentar que se opôs à vitória de Joe Biden no Colégio Eleitoral em 6 de janeiro, depois que partidários do presidente Donald Trump invadiram o Capitólio.

“Queremos que as gestoras de ativos cessem fundamentalmente as doações para aqueles que votaram contra a aceitação dos resultados das eleições”, disse o cofundador da Majority Action, Eli Kasargod-Staub, em entrevista. Ele acrescentou que empresas que optam por suspender qualquer tipo de contribuição para campanhas não adotam uma prática adequada.

Das empresas destacadas no estudo, apenas a State Street se comprometeu publicamente a tomar tal medida. A empresa suspendeu as doações de seu comitê de ação política a republicanos que votaram contra a certificação de Biden, disse a companhia de Boston em comunicado.

“A culpabilidade por este desafio insustentável à nossa Constituição e aos valores americanos vai além dos criminosos que atacaram nosso Capitólio e recai sobre vários de nossos líderes eleitos que, na verdade, perpetuaram as mentiras e inverdades sobre o resultado da eleição presidencial de 2020”, disse a State Street em comunicado no site da empresa.

BlackRock e J.P. Morgan suspenderam todas as contribuições por meio de seus comitês, sem focar em congressistas que perpetuaram as falsas alegações de fraude eleitoral.

Empresas dos Estados Unidos enfrentam pressão crescente para responder à violência da semana passada, quando rebeldes ocuparam o Capitólio depois que foram incitados por Trump com alegações de que a eleição foi roubada. Empresas como AT&T, General Electric e Marriott International disseram que irão suspender contribuições para parlamentares que se posicionaram contra a certificação.

Dos 147 congressistas que se opuseram à certificação dos resultados das eleições, a Majority Action descobriu que 59 receberam doações de pelo menos uma das seis gestoras de ativos desde o ciclo eleitoral de 2016.

O J.P. Morgan, que tem uma unidade de gestão de ativos e é o maior banco dos Estados Unidos, contribuiu com 308.500 dólares para 42 dos republicanos contra a certificação nesse período. A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, contribuiu com 85.000 dólares para 15 parlamentares que se opuseram, de acordo com a Majority Action. A empresa administrava 7,8 trilhões de dólares no final de setembro.

O porta-voz da Fidelity, Vin Loporchio, disse que a empresa “avalia constantemente” as doações por meio de seu comitê. Um representante da Vanguard disse que a empresa fez uma pausa nas atividades de seu comitê em dezembro. Em memorando para a equipe anunciando a decisão de suspender todas as doações do comitê de ação política, a BlackRock disse que a gestora e outras empresas “têm um papel importante a desempenhar no apoio ao nosso sistema democrático”.

O J.P. Morgan e o BNY Mellon não quiseram comentar.

Com a colaboração de Max Abelson

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