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Estudo aponta: no beabá do clima,"justiça climática" não sensibiliza

Estudo de universidade americana mostrou que termos mais fortes não impactam a população, podendo ter efeito contrário no esforço de conscientização

Rapaz com venda no olho que diz "caos climático" em protesto contra mudanças climáticas. (Getty Images/Getty Images)

Rapaz com venda no olho que diz "caos climático" em protesto contra mudanças climáticas. (Getty Images/Getty Images)

Lia Rizzo
Lia Rizzo

Editora ESG

Publicado em 19 de outubro de 2024 às 10h19.

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Embora não faltem alertas em todo o mundo sobre os efeitos cada vez mais visíveis e recorrentes das mudanças climáticas, termos mais dramáticos, por assim dizer, não têm sensibilizado a população. É o que apontou um estudo do departamento de psicologia da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos. De acordo com os pesquisadores, a terminologia mais intensa com o objetivo de gerar comoção não só não impacta, como pode ter efeito contrário.

O tom enfático passou a ser adotado por instituições e veículos de comunicação como o The Guardian, há cerca de cinco anos, quando jovens ativistas se organizaram em protestos por justiça climática, iniciados na abertura da Assembleia Geral da ONU de 2019. Na época, ambientalistas começaram a debater se expressões como "aquecimento global" conseguiam traduzir a gravidade da situação. Até a então emergente personalidade Greta Thunberg sugeriu o uso de expressões mais impactantes, como "colapso climático" e "emergência ecológica".

Envolvendo uma base  de 5.000 participantes, a pesquisa norte-americana realizada há alguns meses não mostrou diferenças significativas ou mudanças comportamentais relevantes nas respostas, independentemente da terminologia utilizada.

"Justiça climática", a campeã da indiferença

Dos entrevistados, aproximadamente 70% expressaram preocupação com "mudança climática" e "aquecimento global", enquanto apenas 65% se preocuparam com os termos "crise" e "emergência climática". O conceito de "justiça climática" impactou ainda menos, com apenas 48% dos entrevistados demonstrando inquietação. E as descobertas não são exatamente novas.

Em meados de 2021, outro estudo também nos Estados Unidos já dava pistas de que subir o tom nas notícias não alterou significativamente as reações e, em certos casos, o uso de "emergência climática" até diminuiu a confiabilidade percebida na mídia. E mais recentemente, um levantamento da Universidade de Nova York, com mais de 6.000 pessoas em 63 países, indicou que a maioria das pessoas estava disposta a se comprometer com ações em favor do clima, mas a terminologia específica não influenciava no engajamento.

Em um artigo publicado em uma rede social, Wändi Bruine de Bruin, reitora do departamento de políticas públicas, psicologia e ciências comportamentais da Universidade do Sul da Califórnia, afirmou que a conclusão a que se deve chegar é de que para chamar atenção às mudanças climáticas e suas consequências, basta chamá-las de "mudanças climáticas". E concentrar-se mais em narrativas convincentes e informações concretas para impulsionar mudanças de comportamento e estimular participação ativa da sociedade.

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