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Do relacionamento ao engajamento: também somos stakeholders

Compreender que cada um de nós somos stakeholders de diferentes organizações é essencial para desenhar parcerias estratégicas

Cada pessoa pode ser stakeholder de várias empresas, em diversas situações (OstapenkoOlena/Getty Images)

Cada pessoa pode ser stakeholder de várias empresas, em diversas situações (OstapenkoOlena/Getty Images)

Sandra Roza
Sandra Roza

Coordenadora de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) e RI na Rede de Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação

Publicado em 14 de outubro de 2023 às 08h16.

Por Sandra Roza e Marcelle Chagas

Em uma sociedade que avança nas colaborações, principalmente entre concorrentes, para sustentar negócios, como estamos acompanhando fortemente, nos últimos anos, com marcas que se uniram para continuarem ativas no mercado, a inovação e a solução para muitos problemas emergentes vem também das parcerias estratégicas com os stakeholders. Eles são os públicos de interesse/impactados pelas instituições, ou melhor, somos nós.

Cada pessoa pode ser stakeholder de várias empresas, em diversas situações. Além de poder ser também cliente, investidora, fornecedora, comunidade impactada, colaboradora, entre outros, de uma mesma organização, por exemplo. Muitas vezes, o que move as opiniões dessa stakeholder são as experiências e o relacionamento que ela tem com a instituição, o discurso e a prática, que podem influenciar outros stakeholders.

Vamos a um exemplo simples: sabe quando alguém compra um produto ou serviço e comenta sobre uma boa ou má experiência com outros consumidores? Provavelmente, as chances de você adquirir o mesmo produto ou serviço podem ser altas ou baixas. Nesse ponto, é interessante observar que os stakeholders acabam tendo também outras ideias e soluções que podem melhorar determinado produto ou serviço.

Entretanto, ouvir os stakeholders, se abrir para parcerias estratégicas e colaborações com eles ainda é um desafio para várias organizações. Primeiramente, porque grande parte delas prioriza apenas um grupo de stakeholders: os investidores, deixando de considerar e mapear os demais. Segundo, porque as empresas também acabam se fechando, em muitos momentos, para o relacionamento efetivo com diferentes stakeholders, optando por uma comunicação informativa, sem abertura para o diálogo.

Como resultado, metas e objetivos da Agenda ESG ficam mais distantes de serem alcançados. Uma vez que, sem o relacionamento com diferentes stakeholders, o engajamento para as ações desenvolvidas são menores ou inexistentes. Há mais gastos de recursos naturais e financeiros com problemas que os stakeholders já compartilharam a solução, porém não foram ouvidos ou incluídos, seja os stakeholders internos ou externos.

Por fim, uma das questões essenciais enfrentadas atualmente, e deixada para segundo plano, é a gestão dos stakeholders, de forma realista. Iniciar não é difícil, principalmente devido envolver planejamento, mapeamento de stakeholders, abordagens transparentes, escutas ativas, respeito, compromisso, diversidade e inclusão, abertura para a comunicação e parcerias estratégicas, o relacionamento na prática e evitar promessas.

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