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Descarbonização e mulheres: duas frentes em que a Comgás quer avançar

Comgás é vencedora na categoria Petroleo, Gás e Químico no Melhores do ESG 2023

Empresa do ramo de gás consta na nova edição do Melhores do ESG, da EXAME (Comgas/Divulgação)
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 11 de junho de 2023 às 18h00.

Última atualização em 13 de junho de 2023 às 11h03.

O ano de 2022 não foi marcado apenas pela mudança de endereço — de um prédio histórico na região central de São Paulo para um dos andares do Edifício Birmann 32, apontado como o mais sustentável da América Latina. Antônio Simões, CEO da Comgás, conta que o tema da sustentabilidade tem conseguido evoluir entre os colaboradores muito além “de um cartaz na parede”, como mostrou uma pesquisa de clima feita recentemente.

“A dedicação de algumas pessoas tem motivado a adesão de outras a essa pauta”, diz. O envolvimento nas ações ligadas ao conceito ESG passa por todas as camadas da companhia — desde o time que faz o trabalho de campo até a presidência, as diretorias e o conselho.

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Frente social

Ao trazer o ESG para sua estratégia de negócio, a companhia tem conseguido evoluir em algumas frentes, como a da diversidade. Hoje, por exemplo, 43% da liderança é feminina, 54% é formada por grupos minorizados e 50% da diretoria é composta de mulheres.

No ano passado, a empresa decidiu incorporar o tema do etarismo e dar atenção também às profissionais com mais de 40 anos, a faixa chamada de 40+. Para isso, a Comgás lançou um programa de recrutamento de mulheres cis e trans formadas em cursos superiores de bacharelado, licenciatura ou tecnólogo. Foram oferecidas dez vagas, e a iniciativa contou com 4.000 inscritas.

“Para nós foi um aprendizado. Sabemos que a maternidade ou o empreendedorismo muitas vezes afastam as mulheres do mercado de trabalho. O programa mostrou que há muita gente apta no mercado. Agora estudamos a possibilidade de expandir também para os homens acima dos 40 anos”, conta o CEO.

Cursos de formação

Além do olhar para as mulheres que passaram pela universidade, a Comgás tem olhado para quem não teve oportunidade de estudar. Cerca de 100 mulheres já fizeram cursos de formação e se tornaram gasistas. Esse, por sinal, era um assunto que intrigava Simões. A empresa tinha apenas uma mulher instalando aparelhos e fazendo manutenção. Com a qualificação, o CEO espera que essa realidade mude.

Gás natural e transição energética

Depois de olhar para dentro e se esforçar para tornar a empresa mais diversa, a Comgás aposta na transição energética. Uma das estratégias é diminuir a participação do gás natural, de origem fóssil, para agregar ao negócio o biometano, que além de estar inserido na economia circular, com o uso de resíduos para a produção de energia, permite a descentralização da geração.

No ano passado, um contrato entre a Raízen e a Scania definiu o fornecimento de biometano para a unidade da montadora em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, com a Comgás, que ficou responsável pela distribuição do produto. O combustível é produzido de resíduos da cana-de-açúcar.

Carbono e emissões

A descarbonização da frota pesada de veículos do país — responsável por uma boa parcela das emissões de dióxido de carbono — também é um negócio promissor, avalia Simões. Segundo o executivo, o caminhão e o ônibus a gás se mostraram viáveis. A empresa já tem uma parceria com a montadora Scania.

“Nos dois tipos de veículo o custo de operação com o uso do gás natural se mostra competitivo, por isso acreditamos que haverá evolução no processo de descarbonização”, diz. A substituição do diesel pelo gás natural reduz em 20% a pegada de carbono e em cerca de 90% as emissões de partículas.

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