Como a CBA usará a reciclagem e o alumínio para diminuir a produção de carbono
Companhia investe mais de R$ 110 milhões em linha de separação de sucata e produção de alumínio
Repórter de ESG
Publicado em 4 de outubro de 2023 às 06h00.
Última atualização em 4 de outubro de 2023 às 11h54.
O alumínio é um material extremamente versátil e, por isso, é importante para diferentes setores como para o ramo de construção civil, transportes e de embalagens. Pensando nisso, a CBA, Cia. Brasileira de Alumínio – trabalha em toda a cadeia com a mineração de bauxita, produção de alumina, a fundição do alumínio primário, secundário e reciclagem de alumínio – lançou um projeto para ampliar a atuação no ramo de reciclagem nesta última terça-feira, 3, além de lançar uma nova linha de tratamento de sucata em Araçariguama (SP), na Metalex. O investimento feito soma mais de R$ 115 milhões.
Por meio da iniciativa, a CBA pretende aumentar o uso de materiais recicláveis na produção. Neste processo, o alumínio é separado de outros materiais como plástico, borracha e outros resíduos. “O alumínio consome muita energia para ser produzido, então temos hidrelétricas e 10% de parques solares que geram toda a energia que nós precisamos para gerar este alumínio. Isso que queremos dizer quando falamos que a nossa produção é 100% integrada à cadeia produtiva da empresa”, disse Luciano Alves, CEO da CBA .
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A linha de tratamento de sucata permite a ampliação do uso de sucata na produção de tarugos de 60% para 80%, com isso, espera-se ampliar de 75 mil para 90 mil toneladas/ano por meio do forno sidewell, equipamento lançado ao mercado em 2021. Com esses projetos, será possível reduzir os impactos ambientais – principalmente pensando nas emissões de CO2e (toneladas de dióxido de carbono equivalente) na produção – aumentando o volume de sucata utilizado pela empresa e de produção do alumínio, ao mesmo tempo que separa e limpa a sucata.
Em outra frente, a CBA quer aprimorar sua fonte de captação de sucata com o primeiro Centro de Reciclagem próprio, que receberá sucata pós-consumo ou obsoleta dos mercados nacionais e internacionais.
O ESG na companhia
Segundo o CEO, a estratégia de negócio da companhia tem quatro pilares: fortalecer o crescimento, investir para melhorar a competitividade, buscar inovações e parcerias e ser referência na temática ESG ( do inglês, environmental, social and governance ). Já a estratégia ESG 2030 da CBA tem 33 objetivos, que atingem e alcançam um destes pilares.
“Acho que sempre olhamos para sustentabilidade a partir de princípios e valores. E com isso, sempre vieram benefícios. Muitas ações são feitas na CBA a décadas e agora com essa tendência de transição energética e descarbonização, estamos sendo beneficiados. Mas vale lembrar que temos uma história muito rica para contar, dividir e ser exemplo para outras empresas e outros setores nesta semana temática”, afirmou Alves.
Em 2021, a companhia realizou um IPO ( do inglês, oferta pública inicial ) como plano de investimento que perpassa os anos de 2022 a 2027 pensando em modernização e melhoramentos da produção e a diminuição da pegada de carbono visando a sustentabilidade, afirmou Alves. Um desses objetivos de crescimento foi a reciclagem, para valorização do alumínio reciclado.
A CBA – que tem metas aprovadas pelo Science Based Targets, é rating A do CDP em Mudanças Climáticas em 2022 e ingressou na lista do ISE da B3 em 2022 – é um produtor de alumínio de baixa pegada de carbono, ou seja, a produção está abaixo da marca de produção de 4 toneladas de CO2 para cada tonelada de alumínio, sendo que a média da indústria é 12,6. Pensando em metas, entre 2019 e 2030, a CBA pretende diminuir as emissões de CO2 em 40%. Alves ressalta que a empresa já alcançou a marca de 26% desta meta.
“Este já é um diferencial da CBA: Nós já somos um produtor de baixa pegada de carbono, mas o material reciclado tem uma pegada de carbono que é mais ou menos 0.6 toneladas de CO2 para cada tonelada de alumínio. Então cada vez que você adiciona um conteúdo reciclado no seu mix de vendas, você reduz bastante a sua pegada de carbono. E para um ativo que já é de baixa pegada de carbono e colocar ainda menor, cria um potencial de diferencial competitivo grande no futuro”, disse Alves.
E além disso, há o impacto social, visto que a cadeia da reciclagem é muito ampla – indo desde do catador, pessoa física, até chegar em uma indústria como a da companhia. “Então o fato de termos um volume para entrar nesse segmento é importante e existe um incentivo nosso de poder ter um impacto social maior e que é algo que sempre foi o nosso interesse”, afirmou Alves.
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