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Remy Sharp
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Transição energética na América Latina é quebra-cabeça incompleto, aponta estudo

O estudo "Financiar a transição energética na América Latina e no Caribe: um quebra-cabeça incompleto", de autoria de Luisa Palácios, pesquisadora sênior no Center on Global Energy Policy, da Universidade de Columbia, traz dados sobre os investimentos e aponta os desafios

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 (Chinafac/iStockphoto)

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A transição energética é urgente para frear os desastres ocasionados a partir das mudanças climáticas. Com isto, há a expectativa de que os investimentos em energia limpa alcançem 1,7 bilhão de dólares em 2023, isto é um aumento de 8% em relação ao ano anterior -- e um recorde. 

Com tudo, é persiste a disparidade dos investimentos nas economias mais desenvolvidas e as de mercado emergentes e e em desenvolvimento (EMDEs). Na América Latina, por exemplo, os investimentos em energia limpa nos últimos anos permaneceram relativamente estáveis. Dado que a Agência Internacional de Energia (AIE) estima que, excluindo a China, os emergentes precisam investir, em média, cerca de 1,6 biliões de dólares anualmente entre 2026 e 2035 – cerca de seis vezes o ritmo atual, de acordo com a pesquisa "Financiar a transição energética na América Latina e no Caribe: um quebra-cabeça incompleto", de autoria de Luisa Palácios, pesquisadora sênior no Center on Global Energy Policy, da Universidade de Columbia.

"A mobilização de financiamento para EMDEs também esteve no centro de vários encontros internacionais este ano, incluindo a Cimeira de Paris para um Novo Pacto de Financiamento Global, e provavelmente será um tema proeminente na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, a COP28, em Dubai, em novembro. No entanto, como argumenta o Banco Mundial, não foi dada atenção suficiente à compreensão das barreiras à mobilização de financiamento para a transição energética nos EMDE", aponta a publicação.

Mobilização para o financiamento

O custo e a disponibilidade de capital são desafios fundamentais para a mobilização deste financiamento. De acordo com a ONU, os governos da América Latina e Caribe destinaram apenas cerca de 20 mil milhões de dólares em financiamento anual em Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) para cumprir as metas de transição climática e energética. 

Este número contrasta com as estimativas que identificam mais de 240 mil milhões de dólares em necessidades anuais de investimento na região até 2030 para a transição energética para emissões líquidas zero. Outras estimativas colocam os investimentos anuais para cumprir as metas regionais significativamente mais elevados. A consultoria McKinsey & Company, por exemplo, aponta a necessidade de 700 mil milhões de dólares.

Transição Energética na América Latina e Caribe

"De acordo com a AIE, a região, excluindo o México, provavelmente garantirá cerca de 50 bilhões de dólares em investimentos em energia limpa em 2023, um declínio de 12% em comparação com 2022. O declínio esperado nos investimentos em energia limpa em 2023 não é resultado de investimentos muito maiores em combustíveis fósseis. Na verdade, os investimentos em energia limpa têm sido mais de 1,5 vezes maiores do que os investimentos a montante em petróleo e gás desde 2020", diz o estudo. 

Além disto, as estimativas das necessidades de investimento da ALC não se baseiam todas no mesmo cenário de redução de emissões. Alguns consideram as necessidades de investimento num cenário de emissões líquidas zero (NZE), consistente com a manutenção do aumento da temperatura em 1,5°C até 2050; outros analisam o investimento no âmbito de outros cenários de descarbonização que limitam o aumento da temperatura bem abaixo dos 2°C até 2050. Alguns baseiam-se em estimativas das necessidades de investimento até 2030 provenientes dos NDC dos países.

O estudo apresenta ainda informações sobre o setor elétrico, uma vez queas fontes de energia renováveis ​​já representam, em média, cerca de 60% do mix energético, em comparação com cerca de 30% a nível mundial; e a McKinsey estima que a América Latina e Caribe precisará garantir cerca de 9% dos investimentos globais na transição energética para estar alinhada com as metas da NZE.

Outro ponto é a questão da adaptação. "Embora o FMI estime que quase 80% das necessidades de investimento da ALC sejam para mitigação (incluindo infraestrutura energética e transporte), presume-se que cerca de US$ 60 bilhões a US$ 70 bilhões por ano sejam para adaptação, visando água, saneamento, irrigação e inundações proteção. Se a mobilização de financiamento para a transição energética é um desafio nos EMDE, é ainda mais difícil quando se trata de financiar a adaptação". 

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