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Banco da Amazônia registra lucro de R$ 319,4 mi no 3º trimestre

Banco de desenvolvimento do bioma atingiu R$ 6,5 bilhões de patrimônio líquido, mas viu queda em lucro a partir da inadimplência no setor agrícola

Banco da Amazônia teve recorde de investimentos no PRONAF, programa de fortalecimento da agricultura familiar (Wikimedia Commons)

Banco da Amazônia teve recorde de investimentos no PRONAF, programa de fortalecimento da agricultura familiar (Wikimedia Commons)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 7 de novembro de 2024 às 06h30.

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O Banco da Amazônia, banco de desenvolvimento econômico do bioma, registrou lucro de R$ 319,4 milhões no terceiro semestre, uma queda de 4,2% na comparação com o mesmo período do último ano. O retorno sobre o patrimônio, por consequência, também viu diminuição, atingindo 21,8%. Na comparação com 2023, a queda foi de 1,4 pontos percentuais.

Fábio Yassuda Maeda, diretor de relações com investidores do BASA, contou em entrevista à EXAME que o principal fator para as quedas é a inadimplência, puxada fortemente pelo impacto da redução do preço das commodities no setor rural.

A agricultura é responsável por 53% da carteira de crédito do banco, por isso, o tema neste setor tem sido o foco da atenção nos últimos meses: a inadimplência da instituição financeira, de 2,29%, está abaixo do mesmo valor há um ano, de 2,5%, e da média do sistema nacional, de 3,24%.

“Por se tratar de um banco de financiamento, oferecemos crédito com garantias atreladas, como fianças bancárias, alienação, hipoteca, modalidades necessárias para ter maior segurança nesse momento de pressão maior no setor”, explica.

O patrimônio líquido da instituição desde o início deste ano cresceu para R$ 6,5 bilhões, uma alta de 11,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

A carteira de crédito atingiu R$ 53,9 bilhões, alta de 5,5%. Já o índice de basileia, que avalia a saúde de uma instituição financeira, cresceu 1,4 ponto percentual, atingindo 14,6%.

Agricultura familiar

No acumulado do ano, o Banco direcionou R$ 800 milhões ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, um recorde entre seus investimentos. Ao todo, 14.339 operações foram realizadas a partir da alta de 77,8%.

O valor é direcionado para incentivar o desenvolvimento sustentável em comunidades rurais da região Amazônia, assim como melhorar as condições de vida para os pequenos produtores. De acordo com Maeda, a companhia deve seguir aumentando os investimentos na agricultura familiar e de pequeno porte.

A partir do programa “Acredita Pra Elas”, voltado para o incentivo de negócios criados por mulheres com microcrédito em condições especiais, foram disponibilizados R$ 24,4 milhões neste trimestre, fatia que chega a quase R$ 70 milhões no acumulado do ano.

A preparação para a COP30, que será realizada em Belém – cidade-sede do Banco da Amazônia --, inclui investimentos em saneamento, concessões e infraestrutura, que atingiram R$ 1,7 bilhão no acumulado do ano. O crescimento nos investimentos foi de 374,8%.

Para o próximo trimestre, diretor destaca o trabalho de expansão de possibilidades de funding, como o acordo formalizado com a Agência Francesa de Desenvolvimento. Ao todo, € 80 milhões foram direcionados ao BASA, para atuar em projetos de infraestrutura, energia renovável, bioeconomia e biotecnologia na região amazônica.

“Só o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) não é suficiente para toda a região. Por isso, buscamos novos parceiros estáveis para expandir a operação”, explica Maeda.

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