Aumento do nível do mar leva à extinção de cacto raro dos EUA
A primeira espécie a ser extinta como resultado das mudanças climática era encontrada no estado da Flórida; a intrusão de água salgada na região, a erosão do solo e marés altas pressionaram a vegetação
Agência de notícias
Publicado em 9 de julho de 2024 às 18h23.
O cacto arbóreo de Cayo Largo ( Pilosocereus millspaughii ) estava limitado a uma pequena área dos Cayos da Flórida, um arquipélago no extremo sul do estado. Descoberto pela primeira vez em 1992, foi monitorado de forma intermitente desde então.
Mas a intrusão de água salgada na região, causada pelo aumento do nível do mar, a erosão do solo devido a tempestades e marés altas, além de mamíferos herbívoros, exerceram uma pressão significativa sobre a última população desses cactos.
"Infelizmente, o cacto arbóreo de Cayo Largo pode ser um indicador de como outras plantas costeiras baixas responderão às mudanças climáticas ", disse Jennifer Possley, diretora de conservação regional do Jardim Botânico Tropical Fairchild. A mudança climática causada pela atividade humana faz com que camadas de gelo e geleiras derretam, aumentando assim o nível dos oceanos.
Possley é a autora principal de um estudo publicado nesta terça-feira, 9, no Journal of the Botanical Research Institute of Texas, que documenta o declínio dessa espécie. Em 2021, um grupo de aproximadamente 150 caules em um bosque de manguezais isolado foi drasticamente reduzido a apenas seis peças frágeis, com dificuldades de sobrevivência. Especialistas as realocaram para cultivo em outro local na tentativa de garantir sua continuidade.
Os cactos arbóreos de Cayo Largo ainda crescem de forma restrita em algumas ilhas dispersas do Caribe, incluindo o norte de Cuba e partes das Bahamas. Essas plantas podem atingir alturas superiores a seis metros e apresentam flores de cor bege com aroma de alho que brilham à luz da lua, atraindo morcegospolinizadores. Seus frutos de cores vivas, vermelho e roxo, também são muito atraentes para aves e mamíferos.