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Ambipar utiliza drones para diminuir riscos e agilizar ações ambientais

Tecnologia tem sido usada para evitar acidentes durante as operações e acelerar a recuperação de 200 hectares de floresta em área degradada de São Sebastião, no litoral de São Paulo

Tecnologia: drones são usados para operações de risco e dispersão de cápsulas com sementes (Divulgação)

Tecnologia: drones são usados para operações de risco e dispersão de cápsulas com sementes (Divulgação)

Paula Pacheco
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 18 de junho de 2024 às 07h00.

Última atualização em 2 de julho de 2024 às 17h55.

A tecnologia tem sido uma aliada cada vez mais importante da Ambipar, empresa que desenvolve soluções ambientais. Desde o ano passado, algumas missões arriscadas feitas por funcionários passaram a ser executadas por drones e robôs-bombeiros. O objetivo, no entanto, não é reduzir o número de postos de trabalho, e sim preservar a segurança dos profissionais expostos a riscos, como a inspeção de áreas potencialmente contaminadas ou de difícil acesso, e dar agilidade ao processo de diagnóstico do problema.

Os drones entraram em cena, por exemplo, no projeto de recuperação florestal em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, que teve as encostas “varridas” pelas fortes chuvas de 2023. Em parceria com o Instituto Conservação Costeira (ICC), estão sendo recuperados cerca de 200 hectares de áreas degradadas — o equivalente a 200 campos de futebol. Ao todo, o projeto prevê o uso de 6 quilos de sementes por hectare, de 20 espécies de plantas nativas da Mata Atlântica e da floresta ombrófila densa.

Se o plantio tivesse de ser manual, haveria o risco de pessoas trabalharem em encostas fragilizadas pelo volume de chuvas e levaria muito tempo. A cada hectare, são dispensadas pelos drones 20.000 biocápsulas, desenvolvidas pela Ambipar, feitas de resíduos industriais e recheadas de sementes e um condicionador de solo, também produzido com resíduos da indústria de papel e celulose.

Os drones e os robôs são alguns dos exemplos de como a inovação tem relevância na companhia. “Ganhamos tamanho e vimos que, ao atendermos outras empresas, precisaríamos colocar a tecnologia em outro patamar, moldando o grupo como um todo a essa realidade”, explica Rafael Tello, diretor de Sustentabilidade do Ambipar Group.

A inovação também está presente na gestão de resíduos eletroeletrônicos. Hoje, equipamentos de última geração são capazes de fazer a separação de plástico, papel e metal e até mesmo de um pequeno chip. “Iniciativas desse tipo são muito importantes. Hoje, no Brasil, a reciclagem é de apenas 4% do total de resíduos produzidos”, alerta o executivo. Dona de 23 patentes registradas, a Ambipar acelerou o crescimento nos últimos anos por meio de aquisições e sustenta números importantes, como a valorização de 80% dos resíduos processados.

No ano passado, no entanto, a empresa viu a necessidade de acelerar alguns processos internos para fazer um novo alinhamento de propósitos. Afinal, a chegada de outras áreas de atuação ao grupo também acentuou o desafio de azeitar as próprias engrenagens. A governança e a gestão passaram a ocupar outro patamar na estrutura do grupo, em todas as suas unidades de negócios, no Brasil e no exterior.

Para Tello, mesmo com tantas frentes de trabalho — incorporação e adaptação de novos negócios à gestão da Ambipar, ampliação de soluções voltadas para o crescimento dos extremos climáticos, e desenvolvimento de novas tecnologias —, a base da companhia continua sendo o trabalho com a economia circular. “Movimentar e enterrar resíduos não é a solução, e sim impedirmos que recursos valiosos se tornem lixo. Temos a filosofia da valorização. Com isso, todos os nossos processos e a visão de atuação são embasados no alicerce forte de sustentabilidade, gerando um modelo de negócios robusto”, diz o diretor da Ambipar.

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