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AES Brasil diversifica seu negócio para transformar a matriz elétrica dos clientes

Empresa conclui reestruturação societária e adota uma estratégia de investir em fontes de energia limpa que são complementares

Érika Lima, diretora de planejamento e ESG da AES: jornada em direção às renováveis desde a fundação (Leandro Fonseca/Exame)
RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 23 de junho de 2022 às 20h26.

Última atualização em 24 de junho de 2022 às 10h36.

O ano passado foi marcante para a AES Brasil, empresa de geração de energia. A companhia concluiu um processo de reorganização societária e migração das ações para o Novo Mercado, segmento de listagem da bolsa de valores brasileira com os mais altos padrões de governança. A empresa também iniciou as obras do Complexo Eólico de Cajuína, que vai adicionar 684 megawatts de capacidade instalada a seu portfólio. A AES opera somente com energia renovável. São 4,7 gigawatts de capacidade instalada distribuída nas fontes hídrica (57%), eólica (37%) e solar (6%). “Essa jornada em direção às renováveis vem desde a origem da companhia”, afirma Érika Lima, diretora de planejamento estratégico e ESG da empresa.

Foi também um ano desafiador por causa do cenário hidrológico adverso. A falta de chuvas reduziu os reservatórios das hidrelétricas, o que trouxe de volta o risco de apagão ao país. A estratégia de diversificação com eólica e solar funcionou, e a AES encerrou o ano com um aumento de quase 25% na receita. Os investimentos nessas fontes de energia também ajudaram o Brasil a evitar o pior. No Nordeste, os ventos chegam a responder por mais da metade da eletricidade consumida, dependendo da época do ano.

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O objetivo da AES é transformar a matriz energética dos clientes. Para isso, ela adota uma estratégia de investir em fontes de energia limpa que são complementares. As hidrelétricas, com seus reservatórios, funcionam como uma espécie de bateria para armazenar a energia proveniente do vento e do sol. De dia, as fazendas fotovoltaicas operam a toda capacidade. À noite, quando não tem sol, as usinas eólicas são as que trabalham mais. A empresa tem no pipeline 1,3 gigawatt de capacidade instalada. Quando estiver disponível, essa energia elevará a capacidade da AES para 6 gigawatts, sendo 44% de hidrelétrica e eólica, e 11% solar.

A estratégia de crescimento e diversificação do portfólio é acompanhada de uma agenda ESG robusta. A empresa definiu um conjunto de metas relacionadas a seis Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) — entre elas ajudar os clientes a evitar a emissão de 582.000 toneladas de carbono por ano, a partir de 2025. Em três anos, a AES promete compensar suas emissões históricas desde o início da operação, em 1999. Também vai reduzir em 18% o carbono emitido nos escopos 1 e 2, que compreendem as emissões próprias.

Na área social, a AES se destaca nos programas de diversidade. Uma das metas é ter 30% de mulheres e de grupos sub-representados em cargos de liderança até 2025. Nos parques, 50% da mão de obra será local. No Complexo de Cajuína, a companhia replicou um programa de capacitação de mulheres para trabalhar como operadoras de parque eólico, criado no projeto Tucano, na Bahia. Foram mais de 300 currículos cadastrados. “Queremos deixar um legado de desenvolvimento para a região”, diz Lima.

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