ESG

A Gerdau em busca do aço de baixo carbono

Não há substituto para o aço, diz Gustavo Werneck, CEO da siderúrgica. Mas dá para torná-lo mais verde

Produção de aço: hidrogênio verde pode ajudar a reduzir emissões de poluentes na siderurgia (Gerdau/Divulgação)

Produção de aço: hidrogênio verde pode ajudar a reduzir emissões de poluentes na siderurgia (Gerdau/Divulgação)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 23 de junho de 2022 às 20h35.

Última atualização em 24 de junho de 2022 às 11h38.

Não existe substituto para o aço. A constatação, feita por Gustavo Werneck, CEO da siderúrgica Gerdau, é fundamental se a humanidade quiser zerar as emissões de carbono. “O aço é um elemento fundamental para a transição energética”, diz Werneck. “O consumo será muito forte nos próximos anos.” Isso já se reflete nos negócios da empresa, que obteve o melhor resultado de sua história no ano passado. E, segundo o CEO, o ESG foi fundamental para isso.

A maior produtora de aço brasileira está empenhada em diminuir sua pegada de carbono. Em fevereiro deste ano, assumiu o compromisso de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, de 0,93 tonelada de carbono equivalente por tonelada de aço para 0,83 até 2030. Se conseguir, ela vai chegar a uma pegada de carbono inferior à metade da média global do setor, atualmente estabelecida em 1,89 tonelada de carbono por tonelada de aço.

Existem três rotas mais conhecidas para reduzir as emissões no setor de mineração. A Gerdau aposta em duas delas, que têm uma correlação mais direta com seu modelo de negócios: gerar energia por meio de biomassa e reciclar (a terceira envolve a substituição do carvão mineral por outros combustíveis fósseis). “Quando eu produzo aço de sucata, não há mineração nem barragem. É o melhor dos mundos”, diz Werneck. O aço é um material infinitamente reciclável e, para cada tonelada de sucata reciclada, é evitada a emissão de 1,5 tonelada de CO2e. A Gerdau é a maior recicladora da América Latina, com 11 milhões de toneladas de sucata transformadas em aço anualmente. Atualmente, 73% do aço produzido pela companhia vem da reciclagem.

Para Werneck, a agenda ESG é fundamental para a sobrevivência das siderúrgicas. “Se não construímos um relacionamento com todos os stakeholders, fica muito difícil operar”, diz o CEO. “O modelo de negócios seria questionado pela sociedade.” A Gerdau é uma mostra de que abraçar a agenda ESG abre oportunidades de negócios.

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