Ventania em SP: quedas de árvores foram responsáveis por queda de energia em boa parte da região metropolitana da cidade (Paulo Pinto/Agência Brasil/Agência Brasil)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 09h07.
Após as ventanias da última quarta-feira em São Paulo, 2,2 milhões de imóveis na região metropolitana de São Paulo ficaram sem luz. Na quinta-feira, 11, havia 1,3 milhão de endereços ainda no escuro. No terceiro dia de crise de abastecimento, o número se manteve em 744 mil clientes, situação agravada pelas pancadas de chuva pela tarde. Na madrugada de sábado choveu forte na capital paulista. Quase 370 mil pessoas ainda estavam sem energia.
Uma das principais preocupações das pessoas durante uma queda de eletricidade é que alimentos na geladeira estraguem. Aumentando a escala, restaurantes, bares e hotéis têm reservas de comida e bebida muito maiores, além de dependerem da clientela como fonte de renda.
A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), estima que o prejuízo para esses estabelecimentos com o apagão pode chegar a R$ 100 milhões.
A entidade calcula 5 mil estabelecimentos atingidos entre a capital paulista e municípios das regiões do ABC Paulista, Osasco e Itapecerica da Serra e parte do interior. Ou seja, o prejuízo médio é de R$ 20 mil por negócio.
O diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, critica a atuação da italiana Enel.
"Não de hoje, a Enel apresenta problemas recorrentes em relação ao fornecimento de energia elétrica. Este já é o sétimo apagão em menos de dois anos. Os setores de Alimentação Fora do Lar e de Hospedagem ficam reféns. São poucos os empresários que conseguem recorrer a geradores ou realocar os produtos em tempo de não perder os alimentos. É um caos! Pergunto: quem é que paga a conta?”, questiona o diretor-executivo da Federação.
A entidade, que representa cerca de 500 mil estabelecimentos no estado e mais de 20 sindicatos patronais, afirma que dezembro é um dos meses de maior movimento para o setor. Para atender ao incremento de demanda, muitos realizam contratações temporárias e aumentam o estoque para o mês. Ou seja, com o desabastecimento elétrico, essas perdas são maiores do que seriam em outros meses.
Para as empresas afetadas pelo blecaute, a Fhoresp indica a via judicial. A entidade pede para que "os prejudicados reúnam o maior número de elementos, provas dos prejuízos, para ajuizar ações de ressarcimento pelos dias de não funcionamento e, consequentemente, de não faturamento; pela perda de mercadorias; e, entre outros, por equipamentos queimados, face à oscilação de energia".