Economia

Ministério da Economia eleva projeção de inflação para 7,9% em 2022

A pasta manteve expectativa de crescimento do PIB em 1,5% neste ano

Combustíveis: 7,9% de inflação em 2022 configuraria no segundo ano seguido em que a meta foi descumprida para cima (Leandro Fonseca/Exame)

Combustíveis: 7,9% de inflação em 2022 configuraria no segundo ano seguido em que a meta foi descumprida para cima (Leandro Fonseca/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 19 de maio de 2022 às 15h42.

Última atualização em 19 de maio de 2022 às 15h54.

O Ministério da Economia elevou sua projeção de inflação para 2022 de 6,55% para 7,9% de acordo com o Boletim Macrofiscal divulgado nesta segunda-feira. Por sua vez, a expectativa de crescimento do PIB continuou em 1,5%, mesma projeção feita em março.

Se a expectativa de alta nos preços for concretizada, a inflação ficaria acima do dobro da meta estipulada para este ano. Para 2022, a meta é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, o que faz um piso de 2% e teto de 5%.

Uma inflação de 7,9% em 2022 também configuraria no segundo ano seguido em que a meta foi descumprida para cima. No ano passado, a inflação foi de 10,06%, bem acima da meta de 3,75%.

LEIA TAMBÉM: Batata, leite, táxi, remédios: veja o que mais subiu de preço em abril

Nestes casos, o presidente do Banco Central precisa escrever uma carta ao ministro da Economia explicando as razões do estouro da meta e o que será feito para que ela seja cumprida no ano seguinte.

No boletim, a avaliação é de que alimentação e bebidas e o grupo de transportes, principalmente combustíveis, vêm apresentando sucessivas altas no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Há um destaque também para a inflação de serviços e de bens.

Para 2023, a projeção também subiu de 3,25% para 3,6%, ainda dentro do intervalo de tolerância da meta de 3,25% para o ano. A partir de 2024, a expectativa é de convergência da inflação para a meta de 3%.

Essas expectativas servem como parâmetros para o relatório de Avaliação de Receita e Despesas que será divulgado na sexta-feira. Esse documento serve como base para decisões do governo de estabelecer contingenciamentos ou desbloquear recursos.

LEIA TAMBÉM: Quando a inflação começará a cair? Veja as projeções

Na avaliação da Secretaria de Política Econômica, responsável pela confecção do boletim, o setor de serviços e a ampliação dos investimentos têm contribuído para a melhora do desempenho da atividade econômica. Para 2023, a expectativa de crescimento também permaneceu em 2,5%.

O documento também alerta para riscos externos, como a guerra na Ucrânia e o impacto na cadeia global de valor, que tem contribuído para altas na inflação em todo o mundo.

“O início de 2022 mostrou certo arrefecimento e acomodação da atividade global, dado o ambiente de incerteza gerado pelos reflexos da guerra entre Rússia e Ucrânia, em especial a continuidade das dificuldades de readequação das cadeias globais de suprimento e logística”, aponta.

LEIA TAMBÉM:

Guedes diz considerar possível ainda neste ano uma minirreforma tributária

Geada pode ter efeito em inflação, diz presidente do BC

Deputados querem fixar ICMS em 17% para combustíveis e conta de luz

Guedes: 'Quem sabe se privatizar Petrobras, todo mundo vai ter petróleo?'

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraInflaçãoMinistério da Economia

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE