Ciência

Vacina infantil: doses da Pfizer chegam e debate sobre CoronaVac avança

A Anvisa irá se reunir com o Instituto Butantan nesta quinta-feira, 13, para analisar novos dados do imunizante da chinesa Sinovac; enquanto isso, mais de 1 milhão de vacinas pediátricas da Pfizer desembarcam em Viracopos

Vacinação infantil: menores de 12 anos ainda não foram vacinados no Brasil (Luis Alvarez/Getty Images)

Vacinação infantil: menores de 12 anos ainda não foram vacinados no Brasil (Luis Alvarez/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 13 de janeiro de 2022 às 06h00.

Última atualização em 13 de janeiro de 2022 às 10h20.

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Nesta quinta-feira, 13, duas grandes movimentações acontecem referente à vacinação infantil no Brasil. Após atrasos, tudo indica que a campanha de vacinação para crianças entre 3 a 12 anos deve iniciar nos próximos dias graças à chegada da vacina pediátrica da Pfizer e uma reunião entre a Anvisa e o Instituto Butantan sobre a aplicação de CoronaVac naqueles entre 3 a 17 anos.

O primeiro de três lotes de vacina da Pfizer, contendo 1,248 milhão de doses exclusivas para crianças, está previsto para desembarcar às 3h40 no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, nesta quinta-feira, 13. Até agora, o imunizante é o único aprovado para crianças e adolescentes (de 5 a 17 anos) no país.

A vacina infantil da farmacêutica foi autorizada para uso pela Anvisa em 16 de dezembro, mas a falta de doses e a insistência do governo para que a vacinação de crianças fosse feita somente com receita médica atrasaram o processo. O Ministério da Saúde chegou a fazer uma consulta pública, mas o resultado mostrou que a maioria das pessoas é contra a necessidade de prescrição

A estimativa da pasta é que, até o fim de janeiro, 3,7 milhões de doses pediátricas da Pfizer cheguem ao país — ao todo, 20 milhões foram encomendadas. Porém, seria necessário mais de 40 milhões para imunizar todas as crianças de 5 a 11 anos, já que são 20,4 milhões que contemplam essa faixa etária no Brasil.

CoronaVac para crianças

Nesta quinta-feira, 13, a Anvisa e o Instituto Butantan devem se reunir para mais uma reunião sobre a aplicação da vacina CoronaVac em crianças de 3 a 11 anos. Desta vez, as expectativas são altas de que o imunizante seja aprovado em breve — o governador João Doria (PSDB) disse em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 12, que o órgão nacional deve tomar uma decisão na próxima semana.

Na prática, as conversas ocorrem desde meados do ano passado: o Butantan entrou em dezembro com pedido de aprovação da Coronavac para crianças junto à Anvisa, mas a agência havia pedido mais dados. 

O que há de diferente é que agora o instituto conta com estudos desenvolvidos pela Universidade Católica do Chile que mostram eficácia e segurança da CoronaVac no público menor de idade. Ao todo, 1,4 milhão de chilenos entre 3 e 17 anos tomaram o imunizante "em segurança".

Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, com a entrega dos dados solicitados, "não existirão mais pendências" para a autorização solicitada. 

A última informação do Ministério da Saúde é que os imunizantes Pfizer e AstraZeneca seriam priorizados em 2022 por já estarem no registro definitivo da Anvisa e incorporados ao SUS, deixando a CoronaVac de fora dos investimentos do governo federal.

Caso ela seja aprovada para crianças, não está claro se a pasta encomendaria mais doses do Butantan, que disse em nota que "a produção de vacinas seguirá um planejamento que será acordado com o Ministério da Saúde, de acordo com as demandas do país".

Em contrapartida, o estado de São Paulo tem 12 milhões de doses da CoronaVac prontas para utilização pelos 645 municípios.

Assim como no início da campanha de vacinação um ano atrás, Doria tem planos de se manter à frente do governo federal e iniciar a imunização de crianças ainda nesta sexta-feira, 14. A expectativa do governo de SP é vacinar todos da faixa etária com ao menos uma dose em até três semanas

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