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Maior estudo sobre a hidroxicloroquina mostra aumento do risco de morte

Pesquisa publicada na revista científica The Lancet é a maior já feita sobre o uso do remédio e monitorou 96 mil pacientes hospitalizados com covid-19

Remédios: autores do estudo sugeriram que cloroquina e hidroxicloroquina não devem ser usados ​​para tratar a Covid-19 fora dos ensaios clínicos (Cadu Rolim/Fotoarena)
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Reuters

Publicado em 22 de maio de 2020 às 11h30.

Última atualização em 22 de maio de 2020 às 12h10.

A hidroxicloroquina, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , diz estar tomando e que também é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro no tratamento da Covid-19, está ligada ao aumento do risco de morte em pacientes com a doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, de acordo com um estudo publicado na revista médica The Lancet.

O estudo, que monitorou mais de 96 mil pacientes hospitalizados com covid-19 , mostrou que as pessoas tratadas com o medicamento, ou com cloroquina, apresentavam maior risco de morte quando comparadas àquelas que não receberam o medicamento.

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A demanda por hidroxicloroquina, um medicamento contra a malária aprovado décadas atrás, aumentou depois que Trump divulgou seu uso como tratamento de coronavírus no início de abril. No início desta semana, ele surpreendeu o mundo ao admitir que estava tomando o comprimido como medicamento preventivo.

Também nesta semana, o Ministério da Saúde atendeu a um desejo pessoal de Bolsonaro e divulgou documento em que trata do uso da cloroquina nos estágios iniciais da covid-19, embora a própria orientação da pasta reconheça que não existe comprovação científica de sua eficácia no tratamento da doença.

Os autores do estudo sugeriram que esses esquemas de tratamento não devem ser usados ​​para tratar a covid-19 fora dos ensaios clínicos até que os resultados deles estejam disponíveis para confirmar a segurança e a eficácia para pacientes com a infecção.

Os pesquisadores disseram que não puderam confirmar se tomar o medicamento resultou em algum benefício para pacientes infectados pelo coronavírus.

Semanas atrás, Trump havia promovido o medicamento como um tratamento potencial com base em um relatório positivo sobre seu uso contra o vírus, mas estudos subsequentes descobriram ser ineficaz. A Food and Drug Administration, agência federal vinculada ao Departamento de Saúde e Serviços dos EUA, emitiu em abril um alerta sobre o uso da pílula.

O estudo publicado na revista científica The Lancet analisou dados de 671 hospitais, nos quais 14.888 pacientes receberam hidroxicloroquina ou cloroquina, com ou sem o antibiótico macrolídeo, e 81.144 pacientes não passaram por nenhum dos tratamentos.

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