Vacina (Francesco Carta/Getty Images)
Lucas Agrela
Publicado em 29 de maio de 2020 às 13h41.
Última atualização em 1 de junho de 2020 às 10h40.
Conhecida no Brasil como MSD, a Merck, uma das maiores empresas do ramo farmacêutico no mundo, entra na corrida para desenvolver uma vacina contra a covid-19, causada pelo novo coronavírus.
A companhia americana anúnciou seus esforços para a criação de uma vacina meses depois de seus concorrentes, como Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson. De acordo com o banco Morgan Stanley, a Moderna tem 65% de chance de criar uma vacina realmente eficaz contra a doença.
A vacina é baseada em um recombinante de vírus da estomatite vesicular, abordagem também usada na vacina contra o vírus ebola. Trata-se de uma versão enfraquecida do vírus que ajuda o sistema imunológico humano a desenvolver defesas contra a infecção que causa da covid-19. Os esforços de criação de uma vacina da Merck são feitos junto à companhia científica sem fins lucrativos IAVI.
Nesta semana, a Merck anunciou a compra - por um valor não revelado - da austríaca Themis Bioscience, que tem um projeto de vacina contra o novo coronavírus. A medida colocou a companhia na disputa pela vacina mais aguardada pelo mercado global nos últimos anos. Esse projeto de vacina também usa a abordagem de injetar em pacientes saudáveis uma versão enfraquecida do vírus.
A farmacêutica também prepara um remédio para tratar a covid-19 junto com a companhia Ridgeback Biotherapeutics. A droga oral visa reduzir a carga viral em pacientes infectados ao evitar que o vírus se replique no organismo.
"A covid-19 é um desafio global e requer soluções globais", afirmou o presidente da Merck, Kenneth C. Frazier, em comunicado. "A Merck pretende tornar qualquer vacina ou medicamento que desenvolvemos para essa pandemia amplamente acessível e disponível globalmente, e estamos trabalhando agora para atingir esse objetivo o mais rápido possível."
A Organização Mundial da Saúde lista 124 projetos de vacinas em desenvolvimento para combater a pandemia do novo coronavírus. Até o momento, nenhuma venceu todas as etapas necessárias para chegar à produção em massa e que possa barrar a infecção de forma segura e eficaz.
Apesar de avanços em pesquisas com medicamentos como o remdesivir e drogas para a doença de Gaucher, nenhum tratamento medicamentoso foi aprovado pela OMS para a covid-19.
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