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Qual é a diferença entre surto, epidemia e pandemia?

Entenda o que fez a OMS classificar o Covid-19, o novo coronavírus, como pandemia

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Coronavírus: entenda o que torna a doença uma pandemia (Antonio Masiello/Getty Images)

Coronavírus: entenda o que torna a doença uma pandemia (Antonio Masiello/Getty Images)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 11 de março de 2020, 15h35.

Última atualização em 16 de março de 2020, 18h19.

São Paulo - Em momentos de crise de saúde global, o uso dos termos corretos é um dos fatores que necessitam maior atenção — afinal, o uso de uma palavra errada para se referir a uma crise pode gerar uma histeria generalizada. Por meio de uma transmissão ao vivo, a Organização Mundial da Saúde declarou, nesta quarta-feira (11), que o novo coronavírus é uma pandemia — o que significa que o vírus é considerado, a partir de agora, capaz de viajar continentes.

Para entender no que se diferem os termos mais utilizados em casos como esse — surto, epidemia e pandemia —, é preciso começar pelo mais inofensivo, em questão de quantidade de infectados. Especialistas consideram que uma doença passa a ser um surto quando diversos casos acontecem numa mesma região — por exemplo, quando surgem inúmeros casos de dengue em uma cidade pequena.

Já o termo epidemia se refere aos casos que se espalham por mais regiões — como se fosse uma progressão do surto. Isso acontece quando diversas regiões de um município, de um estado ou de um país registram casos de uma mesma doença. Uma epidemia pode ser, portanto, uma preocupação em nível municipal, estadual ou nacional.

Marcos Boulos, professor de moléstias infecciosas e parasitárias da Faculdade de Medicina da USP, disse à EXAME que é comum que o Brasil tenha epidemias geradas por vírus da gripe — como o H1N1. De acordo com ele, os vírus transmitidos por vias respiratórias se espalham com mais facilidade: "A transmissão de doenças como o coronavírus se iniciam pela alimentação, mas, assim que o vírus sofre mutação e se adapta ao organismo do homem, ele passa a ser transmitido pela respiração", diz Boulos.

O pior dos casos é a pandemia. Para receber essa classificação, é preciso que sejam registrados casos da doença em todos os continentes. Além do Covid-19, que teve início em janeiro e recebeu a classificação de pandemia hoje, a gripe asiática que aconteceu em 1957 também se encaixa na definição: em cerca de dez meses, a pandemia atingiu a Austrália, a Índia, a Europa, a África e os Estados Unidos, causando cerca de 70.000 mortes.

Devido ao aumento do trânsito de pessoas entre os continentes, especialistas acreditam que o risco de pandemia tenha aumentado consideravelmente em relação ao passado. Sendo assim, a transmissão do vírus é mais difícil de ser controlada — em menos de dois meses, o Covid-19 chegou a todos os continentes, exceto Antártida. De acordo com Boulos, os casos no Brasil tendem a aumentar consideravelmente, mas as medidas preventivas deverão ser mais debatidas no futuro.

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