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Rússia se despede do primeiro homem a caminhar no espaço

Além de caminhar no espaço em 1965, Leonov também foi o comandante da parte soviética na missão Apolo-Soyuz, dez anos depois

Leonov: ele foi o 11º cosmonauta (como são chamados os astronautas em russo) da URSS e foi duas vezes condecorado com o título de Herói da União Soviética, a mais alta distinção soviética (Evgenia Novozhenina/Reuters)
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AFP

Publicado em 15 de outubro de 2019 às 15h49.

Centenas de pessoas, entre elas veteranos russos e americanos da exploração espacial, deram adeus nesta terça-feira (15) ao cosmonauta soviético Alexei Leonov, o primeiro homem a realizar uma caminhada no espaço, em 1965.

Thomas Stafford, astronauta norte-americano de 89 anos, Valentina Tereshkova, a primeira mulher no espaço, e o ministro russo da Defesa, Serguei Choigu, foram alguns dos presentes no funeral realizado no memorial militar de Mytishtchi, no subúrbio de Moscou.

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"É duro aceitar que precisamos lhe dizer adeus hoje", declarou Tereshkova, de 82 anos, dirigindo-se ao corpo de Leonov, duas vezes herói da União Soviética, que morreu na semana passada aos 85.

O caixão, coberto com a bandeira russa e rodeado de flores, estava custodiado por soldados. As múltiplas condecorações desta figura da conquista espacial eram exibidas ao público.

Em 19 de março de 1965, o cosmonauta realizou, a partir de sua nave Voskhod 2, a primeira saída de um homem ao espaço exterior, o que lhe rendeu o apelido de primeiro "pedestre espacial".

Leonov também foi comandante da parte soviética na missão Apolo-Soyuz de 1975, a primeira realizada em conjunto pelos dois rivais da Guerra Fria, a União Soviética e os Estados Unidos, também imersos em uma corrida espacial. A missão marcou o início de uma cooperação que permanece até hoje, com a Estação Espacial Internacional.

Em 2015, Leonov recordou em entrevista à AFP a sensação que experimentou quando flutuou "na negra escuridão", as estrelas "por todos os lados" e o "sol deslumbrante".

"Filmei a Terra, perfeitamente redonda, o Cáucaso, Crimeia, o Volga. Era bonito, como os quadros de Rockwell Kent", disse, em alusão ao pintor americano.

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