Ciência

Novo coronavírus é dez vezes mais letal que H1N1, diz OMS

Enquanto a pandemia de covid-19 já deixou mais de 115.000 mortes em todo o mundo, a gripe A deixou 18.500 mortos

Coronavírus: Imagem de microscopia mostra à esquerda o Sars-Cov-2, o novo coronavírus, atacando a membrana de uma célula (IOC/Fiocruz/Divulgação)

Coronavírus: Imagem de microscopia mostra à esquerda o Sars-Cov-2, o novo coronavírus, atacando a membrana de uma célula (IOC/Fiocruz/Divulgação)

A

AFP

Publicado em 13 de abril de 2020 às 15h19.

O novo coronavírus é dez vezes mais letal do que o vírus responsável pela gripe A (H1N1) e surgido no final de março de 2009 no México - disseram autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS), pedindo uma suspensão "lenta" do confinamento.

"Os dados coletados em vários países nos dão uma imagem mais clara desse vírus, de seu comportamento, da maneira de contê-lo. Sabemos que a covid-19 se espalha rapidamente e sabemos que é letal: dez vezes mais do que o vírus responsável pela pandemia de gripe de 2009", declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva virtual feita de Genebra.

Enquanto a nova pandemia de coronavírus deixou mais de 115.000 mortes em todo o mundo desde que surgiu na China em dezembro, segundo um balanço estabelecido pela AFP com fontes oficiais, a gripe A (H1N1) deixou 18.500 mortos, segundo a OMS. No entanto, a revista médica Lancet estimou o número de mortes entre 151.700 e 575.400.

A pandemia causada pelo vírus A (H1N1) levou a campanhas maciças de vacinação.

Os países ocidentais, particularmente os europeus, e a OMS foram criticados por uma mobilização considerada superdimensionada a cada ano, a gripe sazonal deixa entre 250.000 e 500.000 mortos, segundo autoridades mundiais de saúde.

Na falta de uma vacina contra o novo coronavírus SARS-Cov-2, a OMS insta os países a lançarem campanhas de diagnóstico generalizadas entre os casos suspeitos, colocá-los em quarentena e acompanhar seus contatos. Seu diretor reconheceu, contudo, que, na "era da globalização, significa que o risco da COVID-19 se reintroduzir e ressurgir pode continuar".

"Por fim, o desenvolvimento e a distribuição de uma vacina segura e eficaz serão necessários para impedir completamente a disseminação", enfatizou.

Dada a falta de testes e o congestionamento de muitos hospitais pelos infectados, os governos implementaram medidas de confinamento que levaram à paralisia de setores da economia.

Entretanto, nos últimos dias, as pressões se multiplicam para retomar a atividade econômica.

O diretor da OMS recomendou que os países encontrem "o equilíbrio entre as medidas para combater a mortalidade por COVID-19 e outras doenças devido aos sistemas de saúde sobrecarregados e ao impacto socioeconômico" da pandemia.

Ele reiterou que as medidas de contenção serão progressivamente suspensas.

"Sabemos que em alguns países, os casos dobram a cada 3 a 4 dias. Enquanto o COVID-19 se espalha muito rapidamente, diminui muito mais lentamente", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Isso significa que as medidas devem ser suspensas lentamente e com controle", insistiu.

As últimas notícias da pandemia do novo coronavírus:

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusH1N1OMS (Organização Mundial da Saúde)

Mais de Ciência

Cientistas constatam 'tempo negativo' em experimentos quânticos

Missões para a Lua, Marte e Mercúrio: veja destaques na exploração espacial em 2024

Cientistas revelam o mapa mais detalhado já feito do fundo do mar; veja a imagem

Superexplosões solares podem ocorrer a cada século – e a próxima pode ser devastadora