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Nasa anuncia retomada de voos à Estação Espacial Internacional com Rússia

Dois astronautas americanos voarão a bordo de um foguete russo Soyuz, e dois russos em foguetes da SpaceX

A espaçonave russa Soyuz MS-13 transportando membros da Estação Espacial Internacional é lançada do Cazaquistão em julho de 2019 (© Agence France-Presse/AFP)
AL

André Lopes

Publicado em 15 de julho de 2022 às 14h05.

Os Estados Unidos vão retomar os voos para a Estação Espacial Internacional (ISS), em cooperação com a Rússia, "para garantir a continuidade das operações", apesar de tentar isolar Moscou pela invasão da Ucrânia - anunciou a Nasa nesta sexta-feira, 15.

Dois astronautas americanos voarão a bordo de um foguete russo Soyuz em duas missões separadas. A primeira delas está programada para setembro.

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E, pela primeira vez, dois cosmonautas russos vão embarcar em foguetes SpaceX.

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A missão estava planejada há muito tempo, mas faltava o sinal verde da Rússia. Ainda não se sabia que decisão Moscou tomaria, após a eclosão da guerra com a Ucrânia, no final de fevereiro deste ano.

Nas últimas semanas, funcionários da Nasa reiteraram seu interesse em ver isso acontecer.

O anúncio veio horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, demitir o diretor da agência espacial russa (Roscosmos), Dmitri Rogozin. Desde a ofensiva russa contra a Ucrânia, esta última fez declarações muito hostis contra o Ocidente.

"Para garantir a segurança da Estação Espacial Internacional, para proteger a vida dos astronautas e para garantir a presença contínua de americanos no espaço, a Nasa retomará os voos integrados em naves espaciais americanas e russas Soyuz", informou a Nasa, em um comunicado.

O astronauta americano Frank Rubio voará a bordo de um foguete Soyuz que deve decolar em 21 de setembro, junto com dois cosmonautas russos. Já a americana Loral O'Hara embarcará em uma nave espacial russa em 2023.

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Além disso, Anna Kikina - a única cosmonauta feminina ativa - fará parte da tripulação Crew-5 que decolará em setembro, a bordo de um foguete SpaceX. O cosmonauta Andrei Fedyaev viajará com a Crew-6 em 2023.

Interdependência

Desde que os Estados Unidos suspenderam os ônibus espaciais em 2011 e até o primeiro voo da empresa privada SpaceX para a ISS em 2020, o programa da Nasa foi forçado a enviar astronautas americanos para a ISS, comprando da agência espacial russa assentos a bordo de foguetes Soyuz.

Desde que o primeiro voo da SpaceX para a ISS em 2020 encerrou esse monopólio, as tripulações voaram quase exclusivamente em foguetes de seus respectivos países.

O último astronauta a viajar a bordo de uma Soyuz foi o americano Mark Vande Hei, em abril de 2021. Voltou quase um ano depois em uma nave russa, apesar de a guerra na Ucrânia já ter começado.

Em seu retorno à Terra, ele declarou que os cosmonautas russos continuam sendo "amigos", apesar das tensões diplomáticas entre ambos os países.

As operações conjuntas anunciadas nesta sexta-feira (15) são realizadas sem contrapartida financeira.

Os Estados Unidos impuseram sanções drásticas a Moscou, que afetam, em parte, a indústria aeroespacial russa. Dmitri Rogozin protestou incansavelmente contra essas medidas.

Esta semana, a Agência Espacial Europeia anunciou que estava encerrando sua cooperação com a Rússia na missão conjunta ExoMars, que já estava suspensa há meses.

Mas a Estação Espacial Internacional é única.

"Foi concebida para ser interdependente e depende das contribuições de cada uma das agências espaciais para operar", explicou a NASA nesta sexta.

"Nenhuma agência tem a capacidade de operar independentemente das demais", completou.

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