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A nova missão do telescópio James Webb pode ser achar sinais alienígenas

Ao realizar a observação dos confins do Universo, o novo telescópio pode conseguir análises precisas de exoplanetas com potencial para abrigar vida

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Telescópio James Webb: o mais potente observador espacial já fabricado (Nasa/Reprodução)

Telescópio James Webb: o mais potente observador espacial já fabricado (Nasa/Reprodução)

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André Lopes

Publicado em 26 de março de 2022 às, 13h36.

Última atualização em 29 de março de 2022 às, 11h19.

A Nasa recentemente disse que o alvo inicial do telescópio James Webb, o substituto espiritual do Hubble e que passou a funcionar no início de março, era um segredo. Contudo, um outro alvo importante da agência não é uma incógnita, e pode muito bem revelar um grande mistério: há vida fora da Terra?

Considerando que com a capacidade de observação do Webb a Nasa consiga descobrir mais detalhes dos primórdio do Universo, observando a formação das primeiras estrelas e galáxias, junto disso, ele poderá ser usado também para revelar os detalhes das atmosferas de exoplanetas distantes, identificando quais elementos e gases estão presentes e, por que não, se a existe vida ali.

Como o James Webb observa o universo

Para entender melhor, vamos ao funcionamento do Webb: em suas análises dos confins do universo, Webb usará uma técnica chamada espectroscopia de transmissão, que pode calcular a composição química de um planeta.

Se um exoplaneta passar entre o Webb e a estrela durante sua órbita, ele bloqueará parcialmente parte da luz da estrela. Se o exoplaneta tiver uma atmosfera, quaisquer gases que ele contenha absorverão parte dessa luz antes de atingir os espelhos sensíveis do Webb. Então, os astrônomos poderão determinar quais comprimentos de onda estão faltando na luz que passou pela atmosfera para inferir os gases presentes ali.

Embora os astrônomos já venham usando a técnica com telescópios atuais, o Webb fornece observações infravermelhas mais precisas, permitindo discernir mais gases do que o Hubble, que trabalha principalmente na faixa da luz visível.

Um bom lugar para se olhar, segundo os astrônomos, é o TRAPPIST-1, localizado a 40 anos-luz da Terra. Esse sistema contém sete planetas rochosos orbitando uma estrela anã vermelha um pouco maior que o planeta Júpiter e com metade da temperatura do nosso Sol. Nele, há pelo menos três planetas na zona habitável, onde a água pode permanecer na forma líquida na superfície.

O desafio dessa observação, contudo, não deve ser uma missão somente do Webb. Por exemplo, se o telescópio encontrar a receita para a vida, ou seja, um oceano líquido na superfície para fornecer um suprimento constante de novas moléculas de água, vapor d’água ou um gás que seja um sinal potencial de vida — principalmente dióxido de carbono, metano e amônia — chegaríamos na pergunta inevitável se ela seria um indicativo de seres alienígenas no planeta.

Mas a partir deste ponto, para cravar se a vida ou não, caberia aos telescópios de nova geração, que serão lançados nas próximas décadas. Mas isso não remove nem um pouco o entusiasmo dos cientistas, já que, a cada dia, a resposta pode estar mais próxima.

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