EUA autoriza vacina da Pfizer para crianças entre 12 e 15 anos
A agência reguladora dos EUA autorizou que a vacina da Pfizer e da BioNTech seja aplicada em adolescentes. Empresas já fazem testes também em crianças menores
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2021 às 18h38.
Última atualização em 10 de maio de 2021 às 21h02.
A FDA, agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos , aprovou nesta segunda-feira a vacina contra o coronavírus da americana Pfizer com a alemã BioNTech para uso em crianças a partir de 12 anos, ampliando o programa de vacinação do país.
Até agora, a vacina estava disponível de forma emergencial para pessoas acima de 16 anos. Os EUA têm o maior programa de vacinação do mundo, com mais de 260 milhões de doses aplicadas.
O país, onde vivem cerca de 330 milhões de habitantes, tem 46% da população vacinada com a primeira dose e 35% com a segunda.
A vacina da Pfizer foi a primeira a ser testada e aprovada para crianças. Foram feitos testes com 2.300 adolescentes entre 12 e 15 anos, com metade recebendo as mesmas duas doses aplicadas nos adultos e a outra parte como placebo, isto é, sem ser vacinada. Foram registrados 16 casos de covid-19, todos no grupo que não recebeu a vacina.
A Pfizer já começa também a testar o imunizante em crianças ainda mais jovens, entre 5 e 11 anos.
Um dos objetivos dos EUA com a ampliação da vacinação para os mais jovens é garantir um retorno mais seguro às aulas. No entanto, a vacinação de adolescentes também levanta críticas mundo afora, sobretudo devido ao baixo risco da covid-19 nesta faixa etária.
Das mais de 581.000 mortes por covid-19 nos EUA até o momento, só cerca de 300 foram em pessoas com menos de 18 anos.
Especialistas do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), órgão do governo americano, se reúnem também nesta quarta-feira, 12, para recomendar como a vacina deve ser aplicada nos mais jovens. A vacinação dos adolescentes deve começar assim que houver este protocolo.
Testes em crianças
A aprovação para a Pfizer deve abrir caminho para a ampliação de testes de outras vacinas. Diversos fabricantes já anunciaram que começaram a testar seus fármacos nos mais jovens. Em março, afarmacêutica Moderna começou estudos para aferir a eficácia em crianças entre 6 meses e 11 anos, nos Estados Unidos e Canadá. Em fevereiro, a Universidade de Oxford, que colaborou no desenvolvimento da vacina da AstraZeneca, também disse que iria começar testes semelhantes.
Apesar disso, com parcela grande do mundo precisando de imunização e com o baixo risco de letalidade da doença para crianças, esse é um debate que intriga cientistas e líderes políticos.
Apesar da alta oferta de vacinas disponível, as taxas de vacinação nos EUA têm diminuído nas últimas semanas em meio à desconfiança da população, e alguns estados já contam com "sobra" de vacinas. Pesquisa do jornal Washington Post mostrou que metade dos americanos que ainda não se vacinaram não pretende fazê-lo.
Os EUA também têm sido pressionados a compartilhar suas vacinas excedentes com outros países de modo a acelerar a vacinação global.
A título de comparação, o Brasil, com 210 milhões de habitantes, vacinou o equivalente a 17% da população com a primeira dose e 8% com a segunda, de acordo com o consórcio de imprensa.
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