Gatos: Empresa testa implante inspirado no Ozempic para gatos (Alexander Shcherbak/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 10h38.
A febre dos emagrecedores entre humanos, impulsionada por medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, pode estar prestes a ganhar um novo capítulo: desta vez no mundo pet. Empresas farmacêuticas iniciaram estudos clínicos inéditos para avaliar se fármacos usados no tratamento da obesidade humana também podem ajudar gatos com sobrepeso.
A empresa Okava Pharmaceuticals, dos Estados Unidos, iniciou um estudo clínico para testar um medicamento semelhante ao Ozempic em gatos com sobrepeso. A proposta é usar um implante subcutâneo que libera continuamente um análogo de GLP-1, hormônio que regula apetite e saciedade.
O dispositivo, um pequeno cilindro inserido sob a pele, funcionaria por até seis meses, reduzindo o apetite dos felinos. Cerca de 50 gatos participarão do estudo, parte deles recebendo o implante com a substância ativa e parte atuando como grupo controle. O objetivo é medir se há perda de peso significativa e se o medicamento é seguro para uso veterinário.
A obesidade felina é um problema crescente em países como EUA e Brasil, associada a sedentarismo e alimentação inadequada. Animais acima do peso têm maior risco de diabetes, dores articulares e doenças renais, tornando o manejo clínico cada vez mais desafiador. Hoje, a recomendação padrão envolve dieta restrita e estímulo ao exercício; medicamentos ainda não são amplamente usados.
Pesquisadores alertam que medicamentos análogos ao GLP-1 podem causar efeitos colaterais, como náuseas e vômitos, inclusive em humanos. Por isso, o estudo é considerado apenas o primeiro passo de uma longa avaliação. Caso a eficácia seja comprovada, a empresa pretende avançar para testes maiores antes de buscar aprovação pela U.S. Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora dos Estados Unidos.
Se tudo correr bem, um “Ozempic para gatos” pode chegar ao mercado apenas entre 2027 e 2028. Até lá, veterinários reforçam que o cuidado com a alimentação e o estilo de vida continua sendo a forma mais segura e eficaz de manter a saúde dos felinos.